"As alterações climáticas não são reversíveis", defende especialista

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Jos Lelieveld, diretor do departamento de química atmosférica do Instituto Max Planck, em Mainz, Alemanha, falou com a Euronews sobre como será o futuro a curto e médio prazo, em termos climáticos.

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O verão passado foi dramático em termos de ondas de calor extremo e incêndios florestais sem precedentes. Os peritos estão realmente preocupados com o facto de estarmos num ponto de viragem.

Johannes Lelieveld, diretor do departamento de química atmosférica do Instituto Max Planck, em Mainz, na Alemanha, também está preocupado com os recentes fenómenos climáticos. "Temos secas e incêndios, que são uma coisa natural, mas estão a piorar cada vez mais. E o que mais me preocupa é o desenvolvimento do calor extremo, porque, a certa altura, vamos chegar ao ponto em que os humanos não vão sobreviver, pelo menos sem ar condicionado".

O calor está a afetar mais as regiões do Médio Oriente, do Mediterrâneo Oriental e do Norte de África "e isso está relacionado com a falta de humidade, por não haver evaporação para arrefecer".

Por outro lado, o especialista alerta para o facto de que "os países da Europa Ocidental vão ter muitos problemas com as inundações, porque vai chover mais".

E para quem acha que pelo facto de que "os invernos podem ser menos rigorosos que no passado" e isso "possa ser visto como uma vantagem, há outros aspetos a afetar estes países", adverte Jos Lelieveld.

Para o químico, voltar atrás nos efeitos das alterações climáticas "iria exigir que a quantidade de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa na atmosfera estivesse realmente a diminuir. Talvez venha a haver uma técnica para removê-los da atmosfera. Mas isso vai ser muito caro. Até lá as alterações climáticas vão continuar, porque duram muito tempo. Portanto, o que podemos fazer é evitar mais alterações climáticas e adaptarmo-nos às que já existem".

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