Britânicos preocupados com imigração e com rutura do sistema social

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De  Euronews
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Os britânicos estão preocupados com a imigração. Temem que a crescente vaga de imigrantes de países da União Europeia, em especial da Europa de Leste, tire os lugares de trabalho e que leve o sistema social do país entre em rutura.
Os crimes de ódio contra os polacos, na Grã-Bretanha, aumentaram dez vezes na última década. Andrzej Rygielski, polaco e gerente de uma loja de retalho, viu o estabelecimento ser atacado várias vezes, só este ano.

Tal como Andrzej, Tommy Tomescu está preocupado. O dentista romeno está em Londres, desde 2010, a trabalhar para o Sistema Nacional de Saúde. O médico afirma que o atual clima político abriu caminho a alarmismos táticos – acusando os europeus do leste de roubarem postos de trabalho ou de drenarem o sistema social da Grã-Bretanha. No início deste ano, Tomescu criou a Aliança Contra a Discriminação Romeno-búlgara. Com Andrzej, lançou o Partido dos Europeus e concorreu às últimas eleições europeias.

Parte da resposta pode estar no grande número de imigrantes da Europa de Leste, que rumaram ao Reino Unido, depois da adesão dos vários países à União Europeia. Estima-se, por exemplo, que mais de meio milhão de polacos vivam e trabalhem na Grã-Bretanha.

Há uma mensagem que vários tabloides britânicos têm martelado ao longo dos últimos dois anos: que a única maneira de impedir que romenos, búlgaros ou outros imigrantes da UE roubem os postos de trabalho ou usufruam do, sobrecarregado, sistema social é a Grã-Bretanha abandonar a União Europeia.

Esta mensagem tem servido o Partido da Independência do Reino Unido, mais conhecido por UKIP. A formação defende apenas uma coisa: a saída da União Europeia para que o Reino Unido retome o controlo do país.

Mark Reckless é um dos dois deputados do UKIP na Assembleia Britânica. O parlamentar conseguiu renovar o mandato depois de abandonar o Partido Conservador de David Cameron.

Durante as eleições, Reckless foi duramente criticado por afirmar que a possível saída do Reino Unido da União Europeia poderia levar à deportação de alguns imigrantes da UE. O deputado afirma que as suas declarações foram tiradas de contexto.

O deputado conservador, Mark Pritchard, defende Cameron mas admite que se não houver um compromisso entre a UE e o Reino Unido então será um referendo que vai decidir, em definitivo, a relação entre a Grã-Bretanha e Bruxelas.

Não há dúvidas de que David Cameron está sob pressão. Uma sondagem, recente, mostrou que mais de 70 por cento dos britânicos gostaria que houvesse uma diminuição do número de imigrantes mas, mais de 80 por cento acredita que o primeiro-ministro não será capaz de reduzir a imigração europeia que ruma à Grã-Bretanha.

A livre circulação de pessoas e bens é um direito fundamental da União Europeia e é inegociável.

David Cameron prometeu anunciar novas reformas sobre os benefícios antes da próxima cimeira da União Europeia. Reformas, essas, que se esperam que lhe granjeiem apoios tanto na Grã-Bretanha como na Europa.

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