Europa a 'várias velocidades' cria divisão sobre futuro da União

Europa a 'várias velocidades' cria divisão sobre futuro da União
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De  Isabel Marques da Silva com Reuters
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A ideia de uma Europa a 'várias velocidades' parece estar a desenhar uma nova divisão na União Europeia ao nível do debate sobre futuro do bloco. Este foi o tema de uma reunião informal de 27 chefes d

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Parece estar a desenhar-se uma nova divisão na União Europeia ao nível do debate sobre o futuro do bloco. Este foi o tema de uma reunião informal de 27 chefes de Estado e de Governo, sem a presença da líder do Reino Unido, sexta-feira, em Bruxelas.

Face a alguma polémica sobre o cenário preferido pelas grandes economias da União vir a criar mais divisões, Jean-Claude Juncker disse que “no que diz respeito à chamada Europa a ‘várias velocidades’, notei, não sem alguma surpresa, que alguns colegas consideram que isso cria uma nova linha divisória, um novo tipo de ‘cortina de ferro’ entre o Leste e o Oeste, o que não é a nossa intenção”.

Mas essa é a leitura da Polónia, que recusa o modelo pelo risco de criar uma espécie de segunda liga com os países do Leste, que recusam maior integração.

A primeira-ministra polaca, Beata Szydlo, disse que “se trata de uma tentativa de dividir a União Europeia. Há membros na União que defendem a unidade europeia, o respeito mútuo e a igualdade de oportunidades. A maioria desses países encontra-se na Europa Central e de Leste”.

Por enquanto, os líderes aprovaram as linhas gerais da declaração que será adotada na cimeira de Roma, a 25 de março.

O Presidente francês, François Hollande, que defende maior integração, sublinhou que “há fraquezas e dificuldades e a Europa mostrou que não era capaz de tomar decisões no momento certo. Então, o que deve fazer nos próximos anos? Deve mostrar que está unida, que é a primeira condição, e que tem valores”.

A chanceler alemã defende o mote “unidade na diversidade” e realça que é necessário pragmatismo.

Angela Merkel afirmou que “não se trata apenas de palavras grandiosas numa declaração, trata-se de se poder dizer, dentro de dois, três ou cinco anos, que conseguimos fazer o que ficou escrito”.

O problema complica-se porque a saída do Reino Unido leva à quebra de contribuições para o orçamento comunitário e alguns países temem vir a perder fundos.

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