Reconhecer Kosovo é passo estratégico para os Balcãs Ocidentais

O político sérvio do Kosovo Oliver Ivanović foi assassinado a 16 de janeiro
O político sérvio do Kosovo Oliver Ivanović foi assassinado a 16 de janeiro Direitos de autor REUTERS/Igor Pavicevic
De  Isabel Silva com Lusa
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A Sérvia é um dos seis países dos Balcãs Ocidentais mais avançado nos critérios para aderir à União Europeia, mas o facto de não reconhecer a independência da ex-província do Kosovo é um dos grandes entraves a essa ambição.

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A Sérvia é um dos seis países dos Balcãs Ocidentais mais avançado nos critérios para aderir à União Europeia, mas o facto de não reconhecer a independência da ex-província do Kosovo é um dos grandes entraves a essa ambição.

Antes de uma reunião dos chefes da diplomacia da União Europeia, o ministro alemão, Sigmar Gabriel, parou em Pristina, capital do Kosovo, quarta-feira, para dizer que "é necessário reconhecer o Kosovo".

"A principal condição para isso acontecer é encontrar uma solução para os conflitos de fronteira e no interior do Kosovo. Porquê? Porque é uma condição sem a qual a Sérvia não se poderá tornar um membro da União Europeia", explicou o governante.

A independência do Kosovo foi declarada unilateralmente pelos líderes albaneses locais a 17 de fevereiro de 2008, apesar da forte oposição de Belgrado, que continua a considerar o território "parte integrante" da Sérvia. 

A instabilidade na região faz temer novos fluxos migratórios, mas a verdade é que cinco países da União Europeia (Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre) ainda não reconheceram a independência do Kosovo.

À chegada para a reunião ministerial, esta quinta-feira, na Bulgária, o ministro húngaro, Péter Szijjártó, afirmou que "é óbvio que os EUA têm uma estratégia para os Balcãs Ocidentais, bem como a Rússia e a Turquia . Só a União Europeia é que é extremamente lenta quando se trata de problemas nos Balcãs Ocidentais".

Por seu lado, o ministro esloveno, Karl Erjavec, duvida que se cumpra a data que tem sido avançada para a entrada da Sérvia na União.

"A Eslovénia precisou de vinte anos de diálogo com a Croácia até encontrar uma solução para o diferendo sobre fronteira entre os dois países. Penso que a Sérvia não vai conseguir cumprir essa condição em 2025", afirmou.

Numa referência a este processo de alargamento,  chefe da diplomacia disse que Portugal, Augusto Santos Silva, mantém "uma posição de princípio favorável".

"Mas o alargamento é um processo, gradual, que obedece a critérios que estão estabelecidos, e neste momento o Kosovo não faz parte do grupo de países que são candidatos à integração europeia", assinalou.

"Desse grupo de países candidatos fazem parte a Sérvia, o Montenegro ou a Turquia, mas não o Kosovo ainda. Portanto, estas coisas têm o seu 'timing', as suas etapas, e nós não devemos queimar etapas". 

No final de fevereiro, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, visitará cada um dos seis países, que estarão presentes, depois, presentes numa cimeira com os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, em maio, em Sófia (capital da Bulgária, país que preside atualmente à União).

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