Fundo dos rios cobertos de plástico

Mulher com plástico retirado do fundo do rio
Mulher com plástico retirado do fundo do rio
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De  Ricardo Borges de Carvalho
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Jovens passam dois dias a limpar o rio Dyle, na cidade belga de Wavre e encontram bicicletas, pneus de carros e dezenas de quilos de plástico que chegam a formar pequenas dunas no leito do rio.

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No fundo do rio há um pouco de tudo até mesmo bicicletas, mas encontramos sobretudo plástico, muito plástico.

Foi isto que um grupo de jovens descobriu depois de dois dias a limpar o Dyle, o rio que atravessa a cidade belga de Wavre.

Os jovens retiraram do fundo do rio garrafas, plásticos e até pneus de automóveis.

O plástico é a besta negra de Anne-Laure e Marc. Desde há cinco anos que limpam o leito dos rios através da associação sem fins lucrativos "Aer Aqua Terra", que criaram quando estavam desempregados.

Anne-Laure Furnelle diz que "o plástico é uma catástrofe porque aqui, por exemplo, o rio é muito extenso e o fundo está completamente forrado a plástico. Plásticos que estão cheios de areia e plantas e formam dunas de plástico."

O plástico é também já o monstro dos oceanos.

Todos os anos, cem mil toneladas de plástico usado na União Europeia acaba no mar.
Representam 80 por cento de todos os resíduos.

E levam mesmo muito tempo a decompôr-se na Natureza.

Uma garrafa demora 500 anos, talheres de plástico cerca de 400 anos, um saco, 55 anos.

A Comissão Europeia apresentou agora uma bateria de medidas para combater o uso descontrolado do plástico de utilização única.

Algumas pessoas já começaram a mudar os hábitos de consumo, algo que nem sempre é fácil de fazer como revela Marie Wargny, gerente de uma loja cooperativa de Bruxelas.

"Tentamos reduzir o uso de plástico ao máximo, mas nem sempre é possível por causa dos produtos que vendemos. O esparguete, por exemplo, é muito complicado. Ainda não é um hábito enraízado, mas tentamos reduzir o plástico propondo a venda a granel e o máximo de recipientes reutilizáveis."

A consciencialização de limitar o uso do plástico já começou, mas ainda há um longo caminho a fazer.

Cabe a todos encontrar formas alternativas de transportar e consumir os produtos.

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