NATO: Rússia e dinheiro geram acrimónia na cimeira

NATO: Rússia e dinheiro geram acrimónia na cimeira
Direitos de autor Ludovic Marin/Pool via REUTERS
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De  Andrei BeketovIsabel Marques da Silva com Lusa
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Apesar de ausente da sala, a Rússia tem o potencial para ser uma espécie de elefante numa loja de cristais durante a cimeira da NATO, que começou esta quarta-feira, em Bruxelas. O investimento que cada membro deve fazer é, também, um motivo de acrimónia entre EUA e aliados europeus.

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Apesar de ausente da sala, a Rússia tem o potencial para ser uma espécie de elefante numa loja de cristais durante a cimeira da NATO, que começou esta quarta-feira, em Bruxelas.

"Não aceitamos a anexação ilegal da Crimeia, não aceitamos propaganda cibernética ou interferência nos processos políticos internos. Mas, para mim, isso tudo isso não é um argumento a favor do isolamento da Rússia ou do corte de diálogo com a Rússia. Na verdade, penso o contrário. Acho que, quando a tensão está ao rubro, é ainda mais importante conversar com a Rússia", disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica.

Mas o presidente dos EUA, Donald Trump, contrapôs que o nível de comércio da Alemanha com a Rússia é incongruente com a aposta da NATO em reforçar a capacidade defensiva face a essa potência.

Sobre esse reforço, Aleksandr Goltz, analista militar russo, realçou à euronews: "A Rússia vê como uma ameaça a mudança de estratégia em curso, nomeadamente, a chamada iniciativa 4x30, que significa ter em estado de pronta intervenção um contingente da NATO constituído por 30 navios, 30 batalhões e 30 esquadrões da força aérea".

Esta estratégia implica maior investimento dos membros da NATO e o presidente norte-americano insiste que não vai continuar a pagar a maior parcela da conta.

"O fator-chave nesta cimeira é os europeus conseguirem convencer Donald Trump de que a sua despesa atual é suficiente. É preocupante ver que, na mente de Trump, a questão dos gastos com defesa está associada a questões comerciais", disse, à euronews, Brooks Tigner, analista militar norte-americano.

REUTERS/Darrin Zammit Lupi

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse aos jornalistas que apresentaria "um quadro anualizado" que especifica que o país vai consagrar 1,66% do Produto Interno Bruto (PIB) a despesas em defesa, até 2024, ficando aquém do objetivo de 2% que foi definido entre os países membros da NATO, em 2014.

"É um quadro de evolução gradual, sustentado, e compatível com as diferentes necessidades orçamentais do país nos mais diversos domínios", indicou António Costa, que se deslocou à cimeira acompanhado dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes.

Quando questionado sobre se ainda vale a pena tentar dialogar com racionalidade com o Presidente dos Estados Unidos, António Costa disse que nunca se deve perder a racionalidade, "que deve sempre estar presente em todos os momentos da vida política", nem tão pouco imitar os comportamentos "algo diferenciados" de outros.

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