Acordo aprovado em Bruxelas, falta o mais difícil: convencer a Câmara dos Comuns
Bruxelas deu luz verde ao Brexit ao aprovar o acordo possível com o Reino Unido mas se é verdade que foi dado um passo importante, não é menos verdade que ainda falta percorrer um longo caminho.
O Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, não tem ilusões a esse respeito:
"Temos pela frente o difícil processo de ratificação, assim como as futuras negociações. Independentemente de como tudo acabar, uma coisa é certa: seremos amigos até ao fim dos dias."
A amizade resistiu ao impasse sobre Gibraltar, resolvido com Espanha a reclamar vitória. O assunto será tratado diretamente entre Londres e Madrid e promete trazer dores de cabeça a Theresa May no futuro, até lá, os problemas da primeira-ministra britânica não são as amizades mas sim os inimigos... sobretudo a nível interno.
Para a primeira-ministra britânica, a votação de dezembro na Câmara dos Comuns "será a mais importante no parlamento em vários anos e dependendo do resultado podemos seguir juntos em frente rumo a um futuro melhor ou abrir a porta a ainda mais divisão e incerteza."
Um discurso que terá de convencer não só a oposição, mas sobretudo os opositores ao acordo que estão dentro do próprio partido de May.
Richard Corbett é deputado trabalhista e esteve em Bruxelas a manifestar-se contra o acordo. A sua visão é partilhada por vários conservadores:
"O acordo de divórcio será provavelmente rejeitado pela Câmara dos Comuns. É mau para o Reino Unido e mau para a Europa, divide-nos. Por isso está aqui tanta gente, britânicos e não só, contra o acordo. O assunto não está encerrado."
Apesar da profunda divisão que se verifica no Reino Unido, o acordo teve o condão de unir o país. Infelizmente para May, o país uniu-se contra ela.