Operação "Sophia" no Mediterrâneo perde os barcos

Operação "Sophia" no  Mediterrâneo perde os barcos
Direitos de autor REUTERS/Darrin Zammit Lupi
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De  Isabel Marques da Silva
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Operação "Sophia" no Mediterrâneo perde os barcos

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Os dois navios de guerra da missão militar "Sophia", no mar Mediterrâneo, vão deixar o local a partir de 1 de abril, apesar de terem salvo 45 mil vidas, desde 2015, e darem apoio à guarda-costeira da Líbia.

Apenas aviões vão fazer vigilância para travar o tráfico de pessoas e o naufrágio daqueles que procuram refúgio ou melhor vida na União Europeia.

O Serviço Europeu de Ação Externa prevê menor eficácia nos próximos seis meses, segundo a porta-voz, Maja Kocijancic: "A operação "Sophia" é de natureza marítima e é obvio que, sem capacidade naval, a operação não será capaz de implementar, eficazmente, o seu mandato".

O governo italiano, que tem o comando-geral de operações e que é profundamente anti-migração, não conseguiu convencer outros países a partilharem o esfoço.

França, Espanha e Alemanha foram alguns dos Estados-membros que recusaram o desembarque nos seus portos ou a redistribuição de pessoas de forma organizada e sistemática.

Depois de já terem sido banidos os barcos das organizações não-governamentais, esta decisão choca a Amnistia Internacional, disse o investigador Matteo de Bellis: "Temos pela frente duas possíveis realidades. Uma é que as pessoas não serão salvas porque não há navios a fazer resgate no mar".

"A outra é que as pessoas serão interceptadas pelo exército da Líbia e levadas de volta para esse país, que as coloca em centros de detenção. Recentemente, ficou provado que aí ocorrem muitos casos de tortura, assassinatos, violência sexual e exploração de todos os tipos", acrescentou.

Em 2018, cerca de 112 mil pessoas levaram a cabo travessia, tendo morrido afogadas cerca de 2300. Este ano já morreram quase 300.

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