NATO quer salvar tratado entre EUA e Rússia
A suspensão do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio continua no topo da agenda das reuniões da NATO, com o secretário-geral, Jens Stoltenberg, a enviar uma mensagem a Moscovo, quinta-feira, a partir de Washington (EUA).
"Pedimos à Rússia que volte a respeitar um tratado que tem sido tão importante para a segurança europeia", disse Stoltenberg.
O eventual colapso deste tratado, assinado entre EUA e a ex-União Soviética em 1988, pode conduzir ao regresso do clima da Guerra Fria e da corrida as armas.
Um analista militar russo, Alexander Golts, diz que a culpa e partilhada: "Tanto Moscovo quanto Washington contribuíram para o desmantelamento do tratado. A posição oficial da Rússia é que não violou o acordo. Parece evidente que o país vai manter o controverso programa de mísseis Novator e que avançará, rapidamente, para a criação de mísseis terrestres de médio alcance".
Apesar das críticas à Rússia, alguns aliados europeus também consideraram que os EUA se precipitaram, assegura um analista norte-americano, Ian Lesser, vice-presidente do The German Marshall Fund dos EUA.
"Há um número considerável de críticas à política norte-americana por ter decidido abandonar o tratado tão rapidamente. Deveriam ter dado mais tempo aos diplomatas para resolver a questão, porque tem implicações sobre os outros acordos assinados pelos dois países, nomeadamente o das armas nucleares estratégicas", explicou Lesser.
Vanessa Acker, porta-voz da diplomacia norte-americana, diz que talvez ainda se possa recuar: "Não foi um processo rápido. Pelo contrário, há muitos anos que dialogamos com a Rússia sobre este tema. Não perdemos a esperança de salvar o tratado. Mas se assim não for, teremos de nos defender e defender nossos aliados da NATO", disse à euronews.