Comissão Europeia recomenda processo disciplinar contra Itália

Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos
Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos Direitos de autor REUTERS/Francois Lenoir
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De  Isabel Marques da Silva
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AComissão Europeia recomendou a abertura de um procedimento por défice excessivo contra Itália, por incumprimento das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento. A decisão de quarta-feira deve-se, sobretudo, ao aumento da dívida pública, a segundo maior da União Europeia depois da Grécia.

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A Comissão Europeia recomendou a abertura de um procedimento por défice excessivo contra Itália, por incumprimento das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

A decisão, esta quarta-feira, deve-se, sobretudo, ao aumento da dívida pública, a segunda maior da União Europeia depois da Grécia.

Mas poderão ser evitadas sanções, segundo o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici: "Claro que, como acontece, sempre, com todos os Estados-membros, estamos dispostos a apreciar novos dados que possam mudar esta análise. A minha porta está aberta", disse, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

"O ataque não é a abordagem correta"

A decisão deve inflamar, novamente, as relações entre Bruxelas e Roma. Em outubro, a Comissão Europeia já havia alertado o governo italiano.

Tal como então, já há duras reações de membros da Liga, um dos partidos da coligação no poder, apostado numa política despesista para combater o aumento das desigualdades.

"Moscovici deveria entender que o ataque não é a abordagem correta. Acossar cinco milhões de pobres em Itália não é a abordagem correta. O comissário deveria optar por trabalhar com este governo no sentido de dar respostas italianas e europeias para ajudar cinco milhões de pobres e ajudar o país a crescer", afirmou, à euronews, Angelo Ciocca, eurodeputado italiano eleito pela Liga.

Isolamento de Itália

Para evitar sanções, o governo deverá fazer cortes no orçamento de mais de três mil milhões de euros e a resposta deve chegar nas próximas duas semanas a Bruxelas.

A ação disciplinar recomendada pela Comissão Europeia tem de ter o apoio dos Estados-membros e Itália não tem muitos aliados.

“A Itália está, atualmente, bastante isolada no seio do Conselho Europeu, tem poucos apoios. O passado mostra que os Estados-membros são em geral relutantes em punir os parceiros mas, desta vez, fazer alianças nesse sentido poderá ser mais difícil”, explicou, à euronews, Cinzia Alcidi, economista do centro de estudos CEPS.

A resposta de Roma vai exigir maior diálogo entre os dois partidos na coligação de governo (Liga e 5 Estrelas), o que está cada vez mais complicado, sobretudo em matéria orçamental e de respeito pelas regras de Bruxelas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte já ameaçou demitir-se. As sanções podem chegar aos 3,5 mil milhões de euros.

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