ONU pede ajuda para número recorde de refugiados
Mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram o país e esta crise contribuiu fortemente para o número global recorde de 70,8 milhões de pessoas deslocadas, em 2018, devido a conflitos e perseguição.
Metade deles são crianças, revela o relatório Tendências Globais, divulgado pela Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), por ocasião do Dia Mundial dos Refugiados, que se celebra a 20 de junho.
A agência espera maior compromisso por parte da União Europeia, disse à euronews Gonzalo Vargas Llosa, representante regional do ACNUR para a União: "De todas as necessidades do ano passado, apenas sete por cento do que solicitámos em termos de reinstalação foi aceite por países da União Europeia e de outras regiões".
"Dada a localização da grande maioria dos refugiados, a União Europeia deve aumentar o seu apoio financeiro a esses países, algo que é absolutamente necessário", acrescentou.
Países menos desenvolvidos dão mais apoio
A Síria continua a liderar a lista de países de onde mais pessoas fogem para salvar a vida, seguindo-se Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e Somália.
A Turquia é o país que acolhe mais refugiados, seguindo-se Paquistão, Uganda e Sudão. O primeiro país ocidental é a Alemanha.
Os fluxos migratórios foram um dos temas em debate nas Jornadas Europeias do Desenvolvimento, em Bruxelas, sobre estratégias para combater as desigualdades no mundo.
David Miliband, diretor-executivo do Comité Internacional de Resgate, acusou a classe política de manipulação e negligência.
"Temos mais refugiados do que nunca e o mundo não tem um sistema humanitário que saiba como lidar com eles e apoiar os países que os acolheram. É um dever de todos governo gerir bem estes fluxos e não devemos ter medo de o dizer. Não é aceitável fazer dos refugiados os bodes expiatórios, são pessoas que fogem das guerras para salvar as suas vidas", disse, em entrevista à euronews.
As Nações Unidas lamentam a decisão da União E de desmantelar a missão militar Sophia de patrulha no mar Mediterrâneo e a organização está preocupada com um recente decreto do governo italiano que prevê multas para as embarcações que resgatam pessoas em risco de vida.
Com uma nova Comissão e Parlamento europeus prestes a tomarem posse, a ONU espera que o bloco aumente os esforços diplomáticos para resolver os conflitos do mundo, nomeadamente o na Líbia, à sua porta.