A euronews traça o perfil da mulher que poderá tornar-se na próxima presidente da Comissão Europeia
Ursula van der Leyen é frequentemente descrita como uma figura exterior a Bruxelas mas ironicamente o seu percurso para o cargo mais elevado da União Europeia começou aqui, na capital belga, em 1958.
Ursula nasceu num bairro de Bruxelas chamado Ixelles. Para esta jovem alemã, a Europa já fazia parte da sua vida.
O seu pai, o aristocrata Ernst Albrecht, era funcionário da recentemente criada Comissão Europeia.
A jovem Ursula frequentou a escola europeia até aos 13 anos. Foi aqui que aprendeu francês e inglês. No entanto, em 1971 ela teve que regressar à Alemanha. No ano anterior, o seu pai tornou-se membro do Parlamento da Baixa Saxónia com os Democratas Cristãos.
O entrada de Van der Leyen na política ocorreu tarde. Ursula casou-se com outro aristocrata alemão, terminou os estudos em medicina e criou sete filhos. Após vários anos como dona de casa, foi só nos anos 90 que Ursula entrou na arena política.
Em 2005 foi nomeada Ministra para a Família. Foi então que se tornou aliada da Chanceler Merkel.
Foi durante este período que conseguiu fazer aprovar subsídios financeiros para promover a licença parental e cuidados infantis gratuitos.
"Temos que mudar o nosso país para as mulheres" foi o título de um livro que escreveu em colaboração com a jornalista de televisão Maria Von Welser.
"Tal como todas as mulheres, ela queria ter o seu emprego, ter uma família e crianças. E na minha opinião, na Alemanha é muito difícil combinar as duas coisas. Eu estava divorciada, tinha filhos, estava a trabalhar. Conheço a situação na Alemanha e ela conseguiu melhorar a situação", afirma a jornalista e vice-presidente da UNICEF, Alemanha.
Das políticas sociais ela passou para a pasta da defesa em 2013.
Tratou-se de uma transição difícil; von der Leyen foi acusada de erros ao recorrer a consultores externos. Foi também acusada de não ter resolvido os problemas do exército alemão; e ainda de plágio na sua tese de doutoramento.
"Penso que na Alemanha, Ursula van der Leyen é uma figura que divide as pessoas. Há muitos que a adoram, há outros que a detestam. É por isso que muitos pensam, "ok, agora que ela está a ter problemas no seu ministério mandam-na para a Europa". Alguns vêm isto como uma missão para salvar Von der Leyen", Peter Müller, correspondente para o Der Spiegel.
Aqueles que a conhecem dizem que ela não gosta de participar em eventos sociais. É uma pessoa privada e defende este direito o que pode resultar numa certa frieza.
Na Alemanha é vista como alguém que consegue criar alianças, para outros contudo ela não tem experiência europeia.
No entanto, sempre que pode, não perde uma oportunidade para mostrar as suas credenciais europeias.