Memórias sobre o jornalista Boris Johnson em Bruxelas

Memórias sobre o jornalista Boris Johnson em Bruxelas
De  Isabel Marques da SilvaAna LAZARO
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Boris Johnson usou a ironia para criticar as instituições europeias, em Bruxelas, desde cedo na vida profissional. Há 30 anos começou um carreira jornalística como correspondente do jornal britânico Daily Telegraph e, durante cinco anos, as notícias que escreveu ficaram famosas por serem engraçadas,

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Boris Johnson usou a ironia para criticar as instituições europeias, em Bruxelas, desde cedo na vida profissional. Há 30 anos começou um carreira jornalística como correspondente do jornal britânico Daily Telegraph e, durante cinco anos, as notícias que escreveu ficaram famosas por serem engraçadas, mas apenas parcialmente baseadas em factos.

"Nesta profissão é preciso ser sério. É claro que se pode ter sentido de humor, a ironia não é proibida. Mas é muito importante ter um respeito absoluto pelos factos. Nesta profissão há um ditado conhecido: "Os factos são sagrados, as opiniões são livres". Havia muitas opiniões, habitualmente baseadas em poucos factos, no trabalho do Boris Johnson. E isso não mudou quando começou a carreira política", disse Quentin Dickinson, jornalista RFI, colega dessa época.

"Bom humor e apetite pela manipulação"

Era num tom irónico e eurocético que Bois colocava as perguntas na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, por vezes exasperando os porta-vozes.

Bruno Dethomas teve esse cargo e recorda-se bem do estilo de Boris, que alguns classificavam de jornalista-bufão, reconhecendo que dava colorido a temas muitas vezes difíceis ou aborrecidos para a maioria do público.

"Lembro-me de Boris Johnson, uma figura de cabelo despenteado louro-avermelhado, com muita audácia e também inteligência, charme, bom humor e apetite pela manipulação", explicou Bruno Dethomas.

Estilo tablóide

Em frente ao edificio da Comissão Europeia ainda existe um dos pubs que muitos jornalistas, incluindo Boris Johnson, costumavam frequentar. 

O dono é um ex-jornalista do jornal tablóide Daily Mirror e explica que os jornais mais sérios começaram a dar eco dos artigos provocatórios.

"Penso que ele era um jornalista de espírito tablóide que trabalhava para um jornal sério. Boris tinha muitas vezes confrontos acalorados com colegas de jornais mais sérios, tais como o The Guardian. Havia uma postura diferente e alguma rivalidade, mas não me lembro de Boris ser particularmente anti-Europa naquela altura", referiu Denis Newson.

A publicidade granjeada enquanto jornalista provocador nos corredores de Bruxelas ajudou Boris Johnson a traçar o seu caminho como político, num euroceticismo crescente que fez dele um dos principais responsáveis pelo Brexit.

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