O líder do novo executivo italiano quer mais investimentos públicos e um melhor mecanismo de solidariedade
Escassos dias depois de ter sido reconduzido no cargo, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, deslocou-se a Bruxelas.
O chefe do governo italiano, agora de maioria pró-europeia, avistou-se com os líderes das instituições europeias, começando com uma visita à futura presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, alguém que Conte apoia desde o início.
Nas redes sociais, Conte afirma esperar encontrar terreno comum na revisão das regras fiscais da UE de forma a permitirem mais investimentos públicos.
"Não estamos a dizer que não queremos manter as finanças públicas sob controlo. Não estamos a dizer que não queremos reduzir a dívida, mas queremos fazê-lo através de um crescimento económico razoável e investimentos produtivos", disse Conte após vários encontros de alto nível.
A nomeação de Paolo Gentiloni como comissário para as questões económicas pode sugerir que a Comissão Europeia poderá conceder alguma flexibilidade a Roma.
No entanto, Gentiloni vai trabalhar lado a lado com Valdis Dombrovskis, vice-presidente para a Economia. O supervisor das finanças públicas simboliza o espírito dos estados do norte da Europa e a relutância que sentem em fazer concessões a países que já beneficiaram de alguma flexibilidade.
Os migrantes foram outro destaque das conversações. Roma quer implementar um novo mecanismo para distribuir migrantes entre os estados-membros.
"Existe consciência que aqueles que não participam serão afetados financeiramente. Se fazem parte da Europa então todos têm que participar na distribuição. Um mecanismo de solidariedade não pode ser ignorado sem se pagar um preço", adiantou Giuseppe Conte.
Roma e Bruxelas de novo em sintonia, mas os velhos problemas continuam a carecer de soluções concretas que requerem o apoio de outras capitais europeias.