"Breves de Bruxelas": Juncker pede solidariedade para refugiados

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De  Isabel Marques da Silva
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A falta de solidariedade com os refugiados foi um dos temas discutidos numa entrevista exclusiva com Jean-Claude Juncker sobe o seu recente legado a frente da Comissão Europeia e cujo excerto publicamos neste programa.

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A crise de refugiados entre 2015 e 2018 deixou marcas profundas na União Europeia, ainda hoje dividida sobre quem deve acolher os milhares de pessoas que buscam apoio europeu. Um acordo com a Turquia resultou na descida dramática de entradas, mas o país usa esse facto para pressionar a União. Continuam a chegar refugiados e migrantes, em menor escala, e muitos vivem em campos sobrelotadas na Grécia. Este foi um dos temas discutidos numa entrevista exclusiva com Jean-Claude Juncker sobe o seu recente legado a frente da Comissão Europeia.

Maria Psara/euronews: A Turquia pressiona a União Europa com a questão dos refugiados. O presidente Erdogan ameaça abrir as portas do país para que eles possam partir para a União. Considera essa ameaça credível?

Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: Fizemos um acordo com a Turquia, que é um bom acordo, porque a Turquia, de facto, assumiu grande parte das consequências da crise dos refugiados naquela região. Erdogan ameaçou-me, ameaçou a Comissão várias vezes, de que abriria as portas. Respondendo à sua pergunta, claro que o leve a serio, mas não acredito que ele o faça porque sabe que é do seu interesse manter a mais estreita cooperação possível com a UE. Ele tem de ser alguém em quem se pode confiar.

Maria Psara/euronews: E pode confiar-se?

Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: Até agora sim e penso que assim continuará.

Maria Psara/euronews: Gostaria de lhe perguntar sobre todas as crianças refugiadas que vivem no campo de Moria, na ilha grega de Lesbos e que perderam a esperança, havendo algumas que ponderam suicidar-se. Pensa que a Europa sacrificou seus valores?

Jean-Claude Juncker/ex-presidente da Comissão Europeia: Acho que não, mas a Europa como um todo não fez o suficiente. Alguns Estados-membros não estão a agir de forma solidária. Há vários anos, eu propus aos governos polaco, checo, húngaro que acolhessem as crianças desacompanhadas no seu território. A Grécia fez muito, mas não o suficiente, tanto nas ilhas como na parte continental, não foi suficiente. Temos que melhorar a situação ao nível da Grécia e ao nível europeu. Não é aceitável deixar essas crianças sem nenhum tipo de ajuda. É um escândalo!

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