"Breves de Bruxelas": Leste europeu falha na luta anticorrupção

"Breves de Bruxelas": Leste europeu falha na luta anticorrupção
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De  Isabel Marques da Silva
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Os cidadâos saíram às ruas em protesto e os especialistas consultados pela Transparency International concordam que a maioria dos Estados-membros da União Europeia que são pós-comunistas não lidam com a corrupção de forma eficaz.

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Os cidadãos saíram às ruas em protesto e os especialistas consultados pela organização não-governamental (ONG) Transparency International concordam que a maioria dos Estados-membros da União Europeia que são pós-comunistas não lidam com a corrupção de forma eficaz.

Entre os 28 países da União, Hungria, Polónia e Roménia estão nos últimos três lugares, de acordo com o Índice de Percepção de Corrupção de 2019, divulgado por esta ONG, quinta-feira, em Bruxelas.

"Há muita fraude cometida com fundos da União Europeia, mas tem sido muito difícil lidar com essa realidade de maneira eficaz. Um das razões é que cada Estado-membro adota uma abordagem diferente. O facto de se ter criado o cargo de Procurador-Geral Europeu para abordar e resolver estes problemas deixa-nos confiantes de que será mais fácil lidar com os casos", explicou, à euronews, Michiel van Hulten, diretor da delegação da Transparency International para a União Europeia.

Mas as potências ocidentais França e Reino Unido também estão no grupo de quatro países que perderam três pontos, em apenas um ano, que inclui a Roménia e a República Checa.

Na tendência positiva, a Espanha subiu quatro pontos e a Grécia outros três. Portugal obteve 62 pontos, quatro abaixo da média europeia.

Financiamento dos partidos em foco

O relatório foca-se, este ano, no risco do financiamento de partidos políticos por parte de entidades privadas e Malta é um dos casos a não perder de vista.

Perdeu seis pontos desde 2015 e o assassinato da jornalista anticorrupção Daphne Caruana Galizia ainda não foi resolvido.

Uma eurodeputada da Comissão de Controlo Orçamental defende maior controlo a nível europeu.

"Se existirem grupos de pressão a financiar alguns partidos políticos, os eleitos sentirão, depois, que lhes devem alguma coisa em troca e isso é o início da corrupção. Dfendo uma harmonização das regras de financiamento dos partidos políticos", afirmou Michèle Rivasi, do grupo Verdes eleita por França.

A Comissão Europeia reconhece o papel dos denunciantes para ajudar a combater estes crimes e adotou, há quatro meses, uma diretiva que lhes dá maior proteção, tendo sido inspirada nas recomendações do "Grupo de Estados Contra a Corrupção", um organismo do Conselho da Europa.

"Os denunciantes desempenham um papel fundamental e merecem proteção. Mas, embora saibamos bem qual deve ser a legislação a adotar, há a questão de a traduzir em ação, em prática efetiva nos Estados-membros. Essa passagem do teoria à prática é algo a que vamos estar muito atentos", disse Gianluca Esposito, secretário-executivo do "Grupo de Estados Contra a Corrupção".

Os 28 países da União têm dois anos para transpor esta diretiva.

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