Aviação poderá ter perdas milionárias devido a Covid-19

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De  Isabel Marques da SilvaJack Parrock
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A Associação Internacional de Transporte Aéreo calculou que as companhias aéreas poderão perder 26 mil milhões de euros, este ano, devido ao impacto da epidemia Covid-19.

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Os especialistas estimam que a crise do coronavirus poderá causar a maior quebra no setor de aviação desde a crise financeira de 2008.

Face ao cenário de grande número de cancelamento de viagens pelos passageiros, uma associação de companhias aéreas europeias pede os órgãos reguladores maior flexibilidade para a programação de voos.

"A regra em vigor obriga as companhias aéreas a usarem de forma contínua os blocos de horários que lhe são atribuídos e, se não o fizerem, por qualquer motivo, poderão perder esses blocos. O que estamos a pedir é uma moratória para essa regra, tendo em conta que somos obrigados a cancelar muitos voos por causa do coronavírus", disse Thomas Reynaert, diretor da Airlines for Europe.

Em comparação com o ano passado, as transportadoras aéreas tiveram uma redução de 26% nas suas operações.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo calculou que as companhias aéreas poderão perder 26 mil milhões de euros, este ano, devido ao impacto da epidemia. 

Os sindicatos estão preocupados com a repercussão na força laboral, sobretudo naqueles que trabalham de forma mais precária.

"Há um número crescente de trabalhadores independentes e os que não tiverem direito a baixa médica paga estarão, provavelmente, mais relutantes em ficarem em casa. Isso é perigoso para eles e para todos em geral", explicou Livia Spera, secretária-geral da Federação Europeia dos Trabalhadores dos Transportes.

Efeito dominó na hotelaria

O cancelamento de voos está ligado a quebras noutras reservas, nomeadamente nos hotéis, e poderá haver um efeito dominó negativo no setor do turismo europeu.

"Mais de dois milhões de turistas com origem em países fora da União Europeia não viajaram para cá nos últimos dois meses. E ainda não podemos calcular quantos milhões de pessoas cancelaram viagens por causa da crise em Itália. Não sabemos quantas companhias aéreas poderão falir, bem como muitas pequenas e médias empresas no setor hoteleiro", afirmou István Ujhelyi, eurodeputado húngaro de centro-esquerda.

Face à redução de reservas, as transportadoras adotaram medidas tais como a implementação de licenças não remuneradas para tripulação e o congelamento de aumentos salariais. 

As empresas do setor tambem registam perdas no valor em bolsa devido à quebra do interesse dos investidores.

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