Protesto virtual contra debate para restringir aborto na Polónia

Protesto virtual contra debate para restringir aborto na Polónia
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De  Isabel Marques da SilvaSusab Dabbous
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Ativistas juntaram-se, virtualmente, numa campanha via Internet inédita criada pela delegação polaca da Amnistia Internacional.

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Num período de confinamento, protestar contra leis que visam diminuir o acesso ao aborto seguro e à educação sexual requer alguma criatividade.

Algumas mulheres saíram às ruas, mas de bicicleta e de automóvel, em protesto contra lesgislação sobre esses temas em debate, esta semana, no parlamento da Polónia.

Ativistas juntaram-se, virtualmente, numa campanha via Internet inédita criada pela delegação polaca da Amnistia Internacional.

"A proteção da saúde deve estar em primeiro lugar e o governo deve combater o vírus e não as mulheres", disse Draginja Nadazdin, diretora da delegação da Amnistia Internacional na Polónia, em entrevista à euronews.

Em 2018, uma lei semelhante tentou proibir o acesso ao aborto em caso de anormalidade fetal, contra a qual se manifestaram milhares de mulheres nas ruas.

Além do aborto, o parlamento também analisa outra proposta controversa, que visa tornar a educação sexual para menores num crime punível com pena de prisão.

"É absurdo que, ao mesmo tempo, o parlamento discuta o projeto de lei para tornar o aborto mais restritivo e outro projeto de lei que proíbe a educação sexual. Esse último significa que não permitiremos que os jovens obtenham informação sobre os direitos sexuais e reprodutivos", acrescentou Draginja Nadazdin.

Estes projetos de lei surgiram com base em iniciativas da cidadania, com apoio da Igreja Católica polaca, que tem grande poder de mobilização da opinião pública.

O governo ultraconservador não assumiu uma posição clara sobre a legislação em debate, mas tem sempre defendido uma política de valores tradicionais em matéria de sexualidade.

Já os críticos da legislação acusam o poder de usar a pandemia como "cortina de fumo" para passar leis polémicas num momento em que o bloqueio restringe a capacidade de reação da sociedade civil.

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