Merkel admite difícil presidência da UE em tempo de crise

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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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Em 2020, o desafio é o potencial colapso económico após uma pandemia devastadora, como admitiu Angela Merkel, em conferência de imprensa, a 27 de junho: "Estamos cientes do facto de que existem grandes expetativas em relação à presidência alemã".

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Angela Merkel é a chefe de governo mais antiga entre os seus pares na União Europeia, ocupando o cargo há década e meia. Prestes a encerrar esse capítulo, a chanceler da Alemanha assume pela segunda vez a presidência rotativa do bloco, a partir de 1 de julho.

A primeira vez foi em 2007, marcada pela crucial negociação do Tratado de Lisboa, a base constitucional da União.

Em 2020, o desafio é o potencial colapso económico após uma pandemia devastadora, como admitiu em conferência de imprensa, a 27 de junho: "Estamos cientes do facto de que existem grandes expetativas em relação à presidência alemã". 

"Queremos corresponder a essas expectativas, esforçando-nos para que todos possamos sair ilesos da crise e que a Europa se prepare para o futuro. Somente juntos poderemos conseguir estar à altura dos valores europeus e de os defender quando são atacados: democracia, direitos humanos e Estado de direito", disse ainda.

A divisão quanto aos meios para afrontar a crise

A atividade económica está a ser retomada lentamente, com muitos setores ainda a necessitarem de ajudas do Estado.

O orçamento da União Europeia para 2021-2027 e um fundo de recuperação estão a ser negociados entre uma fação de Estados-membros mais frugais e outra de Estados mais expansionistas.

Merkel, à frente da maior economia da União, terá um papel crucial para selar o compromisso em breve.

"A experiência que ela tem, o facto de conhecer bem os outros líderes europeus e a capacidade, a nível psicológico, para entender as suas necessidades e atuar com empatia, especialmente no caso dos países menores e dos que ficam no leste, são realmente importantes", disse Constanze Stelzenmüller, analista no Instituto Brookings, em entrevista à euronews. 

"São bons pré-requisitos para poder mediar um consenso sobre como gerir a crise da pandemia e a histórica crise económica, que será também uma crise institucional, tanto no nível dos Estados-nação como ao nível europeu", acrescentou Constanze Stelzenmüller.

A ajuda de Macron

Apesar destas capacidades, a chanceler precisa de um parceiro forte e o mais óbvio é o líder de França, Emmanuel Macron.

Há algumas semanas, Angela Merkel e Emmanuel Macron apresentaram um plano de recuperação assente num fundo de 500 mil milhões de euros.

"Sem levar em conta o que quer o governo de Paris nada será concluído. Não acredito que os líderes francês e alemão consigam sozinhos protagonizar a liderança de que a União Europeia precisa, mas sem o apoio de Paris e de Berlim nunca nada se materializa", realçou Reinhard Bütikofer, eurodeputado ecologista alemão.

Merkel convidou Macron para a visitar, em Berlim, na véspera de assumir as rédeas da presidência da União Europeia, onde finalizaram detalhes da estratégia para apresentar aos restantes 25 líderes na próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo, a 17 e 18 de julho, em Bruxelas.

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