Negociações do Brexit marcadas pelo impasse

David Frost e Michel Barnier
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De  Joao Duarte Ferreira
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A cinco meses do final do período de transição, negociadores britânicos e europeus responsabilizam-se mutuamente pela falta de progresso nas negociações

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Acordo ou não, eis a questão.

As conversações entre a União Europeia e o Reino Unido entraram num impasse.

Com a saída definitva do Reino Unido no final do ano, os próximos cinco meses adivinham-se cruciais.

Ambos os lados acusam-se mutuamente de responsabilidade pela falta de progressos.

"A atitude britânica de escolher apenas aquilo que lhes interessa é o que tem bloqueado esta negociação. Penso que Michel Barnier gostaria de ter iniciado as negociações há quatro anos com uma visão clara do que os britânicos queriam", afirma Pierre Benazet, correspondente da rádio francesa RFI.

O Reino Unido insiste em como quer um acordo mas a decisão poderá demorar.

"Existe uma certa frustração relativamente à União Europeia que é vista pela administração de Boris Johnson como uma organização que recorre a tácticas intimidatórias, ou seja, nós somos maiories e f«definimos as regras, vocês só têm que as seguir. Isso é algo que o governo britânico terá dificuldade em aceitar", adianta Joey Jones, antigo conselheiro da ex-PM britânica, Theresa May.

A ausência de acordo irá criar problemas no fluxo de bens entre o Reino Unido e a União Europeia, incluindo a imposição de taxas aduaneiras na exportação de automóveis e produtos agrícolas, para além, claro, das consequências políticas.

No entanto, alguns no Partido Conservador britânico preferem não terem que lidar com a União Europeia para assim criarem as suas próprias regras em torno de padrões gerais como produção, ambiente, trabalho e impostos.

"Existe aqui um paradoxo, muitos desses deputados parecem relaxados perante a ideia do falhanço nas negociações e que o Reino Unido assumo o estatuto da OMC. No entanto, muitos dos eleitores verão os seus empregos ameaçados e de forma mais profunda em muitas aprtes do país, de momento, trata-se de um paradoxo que não foi resolvido", acrescenta Joey Jones.

Entretanto, na Europa, em particular em França, país de origem de Michel Barnier, a saída do Reino Unido da UE tem um significado profundo.

"Para os franceses trata-se de algo doloroso, penso, mesmo que digam o contrário, o facto da Grã-Bretanha se estar a afastar da Europa, porque os franceses vêm a Europa como o caminho em frente", remata o correspondente da RFI, Pierre Benazet.

Nome do jornalista • Shona Murray

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