Brexit: UE exige novos esclarecimentos ao Reino Unido

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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
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A fronteira na ilha da Irlanda, ao longo de 500km , com cerca de 300 travessias, está em paz há duas décadas. Um desacordo no Brexit poderia voltar a reacender a animosidade entre unionistas e independentistas, um risco que a União Europeia não aceita correr.

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Evitar uma fronteira rígida entre o sul da ilha da Irlanda, país que pertence à União Europeia, e o norte da ilha, que pertence ao Reino Unido, foi um dos tópicos de mais difícil acordo no tratado que culminou no Brexit, a 31 de janeiro

O desejo britânico de alterar esse ponto pode bloquear o acordo comercial em negociação até 31 de dezembro, pelo que o bloco exige novos esclarecimentos, segundo Maroš Šefčovič, comissário para as Relações Inter-institucionais: “Expressei as nossas fortes preocupações e pedi garantias de que o Reino Unido vai cumprir plenamente, e no calendário estabelecido, os pontos do Acordo de Saída, incluindo o protocolo sobre a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte". 

"Neste contexto, convocarei uma Comissão Conjunta extraordinária sobre o Acordo de Saída a ser realizada o mais rapidamente possível, para que os nossos parceiros do Reino Unido respondam de forma cabal às nossas fortes preocupações sobre o tratado”, disse Maroš Šefčovič, quarta-feira, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

Uma questão de desconfiança total?

A acompanhar o processo de perto desde 2016, Bruno Waterfield, correspondente em Bruxelas do jornal The Times ainda vê espaço para um compromisso, mas muito difícil. “Não é totalmente incomum que as pessoas conduzam um a negociação de acordo comercial num momento em que têm grandes contendas com esse mesmo país. É o caso das contendas entre a UE e os EUA, mas continuam a negociar um acordo comercial". 

"Mas no Brexit, a questão é mais política e de confianca pessoal entre os negociadores, no caso Michel Barnier, pela UE, e David Frost, pelo Reino Unido. Têm de tomar decisões realmente difíceis que vão afetar os empregos de muitos europeus. Será que Barnier pode confiar em Frost quando ele ameaça rasgar um tratado, no qual a tinta mal secou?”, questiona este jornalista.

A analista política Maria Demertzis, do Instituto Bruegel, teme que o desfecho do "não acordo" seja agora o mais provável.

"Sempre esperei que os interesses económicos e de outra natureza se alinhassem. Todos tinham de ceder um pouco porque todos perderiam muito se não houver um acordo. Mas o jogo chegou a este ponto e temo que o desfecho do não acordo seja o mais provável”, disse à euronews.

A fronteira na ilha da Irlanda, ao longo de 500km , com cerca de 300 travessias, está em paz há duas décadas. Um desacordo no Brexit poderia voltar a reacender a animosidade entre unionistas e independentistas, um risco que a União Europeia não aceita correr.

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