Pacto Ecológico Europeu quer "casar" economia e clima

Energia eólica
Energia eólica Direitos de autor Sandy Huffaker/AP2008
De  Isabel Marques da SilvaMéabh McMahon
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A estratégia, anunciada em dezembro de 2019, foi detalhada em 50 medidas para ajudar a Europa a encontrar um equilíbrio entre a emissão de gases poluentes e a capacidade da natureza para os absorver.

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Repensar a maneira como vivemos de forma a poluir menos, a poupar energia e a evitar o desperdício de matérias-primas. Este é o objetivo do Pacto Ecológico Europeu, em debate na Semana Verde, uma iniciativa da Comissão Europeia para ouvir sugestões sobre como o implementar.

"Queremos estar na linha da frente em termos de indústrias amigas do clima, de tecnologias mais limpas e de investimento na ecologia", disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em dezembro de 2019.

O anúncio foi acompanhado de uma lista de 50 medidas para ajudar a Europa a encontrar um equilíbrio entre a emissão de gases poluentes e a capacidade da natureza para os absorver.

O objetivo é ter a chamada neutralidade em emissões de dióxido de carbono em 2050. Entre as medidas estão:

  • uma lei climática para reduzir as emissões em 55% até 2030
  • um plano para a economia circular, que promova a reciclagem e a reutilização dos produtos
  • um programa para modernizar as habitações em termos de consumo de energia
  • a estratégia "Do prado para o prato", para reduzir a utilização de químicos na agricultura
  • 100 mil milhões de euros de investimentos para ajudar a fazer esta transição

Oportunidade ou custo incalculável?

"É preciso dar formação às pessoas para os novos postos de trabalho que vão surgir tal como temos feito nas últimas décadas. As pessoas vão trabalhar em novas linhas de produção de veículos elétricos, por exemplo. Uma pequena ou média empresa do setor da construção civil poderá optar por fazer o isolamento energético de casas e escolas. Tudo isto significará mais empregos e atividade económica", disse Pascal Canfin, eurodeputado liberal francês que preside à comissão de Ambiente do Parlamento Europeu.

Mas os governos de alguns países do leste da União Europeia dizem que estão em desvantagem porque são ainda muito dependentes dos combustíveis fosseis. A transição para o uso de energias renováveis e outras tecnologias ambientalmente mais neutras poderá levar mais tempo na Polónia, Hungria ou República Checa.

Ambientalistas, incluindo a jovem sueca Greta Thunberg, dizem que são os dados da ciência que ditam a urgência: "As vossas metas para daqui a muitos anos não significarão nada se as altas emissões poluentes continuarem ao nível a que estão atualmente, mesmo que seja só por mais alguns anos. Tal vai esgotar a pouca capacidade que sobra para absorver dióxido de carbono muito antes de poderem cumprir as vossas metas para 2030 ou 2050".

A recessão económica causada pela pandemia de Covid-19 veio congelar a capacidade financeira e a ambição política em alguns Estados-membros da União Europeia, mas outros dizem que o pacto ecológico é o melhor modelo para ultrapassar a crise.

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