Indígenas pedem ajuda internacional para proteger Amazónia

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De  Isabel Marques da SilvaGregoire Lory
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Vários grupos políticos no Parlamento Europeu apelam à rejeição do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, grupo de que fazem parte Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

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A floresta da Amazónia é um triste símbolo do desmatamento e há estudos que imputam à União Europeia a responsabilidade por 10% da destruição.

O argumento é que para dar resposta à procura europeia de carne e cereais provenientes do Brasil, os produtores levam a cabo o excessivo desmatamento do chamado pulmão do mundo.

A organização não-governamental Testemunha Global diz que 24 ativistas pela preservação da Amazónia, incluindo membros das tribos indígenas, foram assassinados, no Brasil, em 2019.

“Fui ameaçado, estou sob ameaça. Tenho primos e amigos que foram ameaçados. Vivemos em pânico e medo constantes porque sabemos que não podemos obter a proteção do Estado. Tive amigos que foram assassinados por fazer este combate. Não podemos descansar, não podemos baixar a guarda, temos de estar sempre atentos”, disse, à euronews, Dinamam Tuxá, ativista indígena que é coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

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Dinamam Tuxá, ativista indígina da Amazónia brasileiraeuronews

Há suspeitas sobre os autores dos ataques, mas grassa a impunidade. Além das ameaças à integridade física, há outras mais insidiosas.

“As comunidades que vivem perto das grandes explorações são vítimas dos pesticidas utilizados como arma. Há quem use os aviões para pulverizar as aldeias em redor, para que as pessoas adoençam, morram lentamente ou acabem por se ir embora. Usam os pesticidas não apenas nas plantações mas também como arma para se livrarem dos indígenas que estão à volta”, referiu Michèle Rivasi, eurodeputada francesa dos verdes, em entrevista à euronews.

Vários grupos políticos no Parlamento Europeu apelam à rejeição do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, grupo de que fazem parte Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Os povos indígenas dizem que esta luta diz respeito a toda a comunidade internacional.

A comunidade internacional, inclusive a europeia, desempenha um papel fundamental na proteção dos povos indígenas e dos seus territórios, pois estamos lutando para conter as mudanças climáticas e o aquecimento global.
Dinamam Tuxá
Ativista indígina na Amazónia, Brasil

“A comunidade internacional, inclusive a europeia, desempenha um papel fundamental na proteção dos povos indígenas e dos seus territórios, pois estamos lutando para conter as mudanças climáticas e o aquecimento global. A nossa contribuição está beneficiando não só nós aqueles que vivem nesses territórios, mas toda a Humanidade", apelou o ativista Dinamam Tuxá.

Os eurodeputados pedem cláusulas no acordo para monitorizar a origem de todos os produtos e poder travar a importação dos que forem fruto do desmatamento ilegal da Amazónia.

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