Pandemia entrou numa fase "muito alarmante", alerta Bruxelas

Pandemia entrou numa fase "muito alarmante", alerta Bruxelas
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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
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O executivo comunitário apresentou oito propostas de coordenação aos governos dos Estados-membros, na quarta-feira, véspera da cimeira dos líderes, por videoconferência.

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Estamos numa situação "muito alarmante", disse a Comissão Europeia sobre a velocidade a que aumentam as taxas de infeção por Covid-19 em toda a União Europeia.

O executivo comunitário apresentou oito propostas de coordenação aos governos dos Estados-membros, na quarta-feira, véspera da cimeira dos líderes, por videoconferência.

A presidente Ursula von der Leyen quer evitar alguma dose de caos que houve na primeira vaga: "Estamos todos juntos nisto, nenhum Estado-membro sairá com segurança da crise até que todos saiam. E é por isso que nos ouvirão enfatizar a necessidade de cooperação, coordenação e solidariedade", afirmou, em declaração à imprensa, em Bruxelas.

Entre as oito medidas, destacam-se:

  • a disponibilização de 100 milhões de euros para comprar os novos testes rápidos que permitem ter resultados em poucas horas
  • a coordenação transfronteiriça dos sistemas de rastreamento, incluindo das aplicações para telemóveis
  • o desenvolvimento de estratégias para a vacinação
  • a padronização nas práticas de quarentena
  • o aumento das vias verdes para o transporte de bens em toda a União

“A situação é muito grave e corre o risco de piorar se não tomamos medidas mais urgentes e drásticas. O futuro está, de facto, nas nossas mãos", disse Peter Piot, cientista que é conselheiro especial da presidente da Comissão Europeia.

"Os números são realmente impressionantes. Não nos devemos nunca esquecer de que falamos de pessoas de carne e osso. Quando dizemos que um milhão de pessoas estão infetadas na União, que o número de mortos também está a aumentar e que, na semana passada, houve mais 30% de mortos do que na semana precedente, tal significa que mil europeus morreram por dia devido à Covid19”, acrescentou.

Relaxamento das regras no verão foi balão de oxigénio económico

Em entrevista à euronews, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu a decisão dos governos de relaxarem as restrições durante o verão, apesar de reconhecer que há muita incerteza sempre que se tomam decisões sobre uma pandemia causada por um vírus tão desconhecido.

“É verdade que, face a um vírus sobre o qual há tanta incerteza e sobre o qual ainda desconhecemos muita coisa, quando olhamos em retrospetiva, não podemos dizer que tudo foi feito de forma perfeita", disse Charles Michel.

"Isso é absolutamente verdade, mas lembre-se do clima na Europa em junho e julho, numa época em que, em muitos países, a situação se estabilizou em termos de infeções. Havia grande expetativa, principalmente dos agentes económicos, de se poder retomar alguma normalidade social e económica. É essa situação complexa que enfrentamos", acrescentou o presidente do Conselho Europeu.

A Comissão Europeia também anunciou que, no próximo mês, vai apresentar as primeiras propostas sobre o novo programa "União Europeia da Saúde", que deverá aumentar os recursos que são postos ao dispor dos governos, incluindo através de candidaturas conjuntas para compra de material, por forma a que seja mais barato e não haja rupturas no abastecimento,

O executivo comunitário aconselha, também, que sejam feitas mais campanhas de informação ao público para lidar com a chamada fadiga da pandemia.

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