Covid-19: Eurodeputados pedem transparência nos contratos sobre vacinas

Covid-19: Eurodeputados pedem transparência nos contratos sobre vacinas
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De  Isabel Marques da SilvaAna Lázaro
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A maior preocupação é saber quem será o responsável se algo correr mal e se as vacinas causarem efeitos indesejáveis, de modo a ter a certeza de que será aplicada a legislação europeia.

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O medo é o pior inimigo da vacinação pelo que o Parlamento Europeu pede transparência no processo de seleção e distribuição das vacinas contra a Covid-19. 

Os eurodeputados querem saber em detalhe o que está escrito nos contratos que a Comissão Europeia está a assinar com as empresas farmacêuticas, tema que foi debatido na sessão plenária, esta quinta-feira, em Bruxelas.

A maior preocupação é saber quem será o responsável se algo correr mal e se as vacinas causarem efeitos indesejáveis, de modo a ter a certeza de que será aplicada a legislação europeia.

“A Comissão Europeia disse-nos que não há alterações nas regras jurídicas aplicáveis em caso de haver problemas com as vacinas. Não tenho motivos para não acreditar. Mas é melhor provar isso mesmo tornando públicas todas as cláusulas dos contratos, o que deixaria todos mais tranquilos. Isso também acabaria com os rumores de que os laboratórios estão a avançar muito rapidamente porque foram exonerados de quaisquer responsabilidades legais no caso de haver problemas", disse Pascal Canfin, eurodeputado francês dos verdes.

As empresas farmacêuticas têm feito pressão para serem isentadas de certas responsabilidades, que seriam assumidas pelos governos dos países, isto é, que pagariam as compensações financeiras aos lesados.

Desconfiança pode pôr em risco programa de vacinação

Alguns especialistas temem que a falta de transparência possa criar desconfiança entre os cidadãos. Já existem alguns números preocupantes em sondagens levadas a cabo, por exemplo, na Bélgica onde 20% dos inquiridos não querem receber a vacina, valor que sobre para 30% em Espanha, sendo estes dois dos países com mais mortos por 100 mil habitantes.

"Estou convicto de que a transparência absoluta na comunicação com os cidadãos é o único caminho a seguir, é a única maneira de combater os discursos anti-vacinas, as teorias da conspiração, é a única maneira de garantir ou aumentar as probabilidades de ter uma implantação bem-sucedida das vacinas”, afirmou Yanis Natsis, da Aliança Europeia de Saúde Pública.

A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, tem insistido que a segurança e eficácia das vacinas são absolutamente incondicionais antes de qualquer distribuição, mas defende a necessidade do sigilo porque estão em curso negociações com várias empresas farmacêuticas.

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