Alemanha com pouco tempo para desbloquear veto ao orçamento da UE

Alemanha com pouco tempo para desbloquear veto ao orçamento da UE
Direitos de autor AP Photo/Olivier Matthys, Pool
De  Isabel Marques da SilvaChristopher Pritchard
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Uma sondagem pedida pelo Parlamento Europeu revela que 77% dos inquiridos estão de acordo com a vinculação de fundos europeus ao respeito pelo Estado de direito.

PUBLICIDADE

Não havendo plano B, como assumiram os presidentes da Comissão e do Conselho europeus, após uma videoconferência com os líderes dos 27 países da União Europeia, na quinta-feira, é preciso dar mais tempo.

Isto é, talvez vencer pelo cansaço e pela pressão dos efeitos da pandemia, os líderes da Polónia e da Hungria, que bloqueiam a ratificação do orçamento da União para 2021 a 2027.

"Na verdade, penso que a Polónia e a Hungria não têm muitas saídas e o resto dos líderes sabem bem disso. Há um sentimento, que pode ser descrito com o termo italiano 'basta', de que já chega de esperar. Esses dois países precisam do dinheiro, pelo que vão ter que aceitar o mecanismo sobre respeito pelo Estado de direito, mas querem dizer ao seu público que venceram as negociações", disse Alexander Stubb, diretor da Escola de Governanção Transnacional.

Opinião pública favorável ao novo mecanismo

Uma sondagem pedida pelo Parlamento Europeu revela que 77% dos inquiridos estão de acordo com a vinculação de fundos europeus ao respeito pelo Estado de direito.

Por outro lado, 54% defendem que a União Europeia deve dispor de mais meios financeiros para fazer face às consequências da pandemia, o que deixará os líderes polaco e húngaro numa situação pouco confortável junto da opinião pública.

"Os cidadãos sentem muito o impacto económico da pandemia, o que torna a adoção rápida do orçamento plurianual e do fundo de recuperação ainda mais essencial", afirmou Philipp Schulmeister, diretor da Unidade de Sondagens do Parlamento Europeu.

Restam três semanas de negociações até à cimeira da União Europeia, a 10 de dezembro, que são lideradas pela presidência semestral que está nas mãos da Alemanha, a última para Angela Merkel. A chanceler não deverá querer terminar o seu legado com um fracasso antes de passar a pasta para a presidência portuguesa, em janeiro.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Carro vai contra portão de Angela Merkel

Sondagem: Apoio dos cidadãos europeus à Ucrânia continua elevado

Destino da UE está entrelaçado com o da Ucrânia, diz candidata liberal Valérie Hayer