Valéry Giscard d'Estaing deixou profundo legado na UE

Valéry Giscard d'Estaing deixou profundo legado na UE
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De  Isabel Marques da SilvaGregoire Lory
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Valéry Giscard d 'Estaing partiu antes do início da Conferência sobre o Futuro da União, que começará em 2021.

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Embora não fosse apelidado de fundador da União Europeia, Valéry Giscard d'Estaing foi um dos seus grandes arquitetos. O ex-presidente francês, nascido na Alemanha, nunca escondeu a admiração por Jean Monnet, conhecido como um dos grandes mestres do projeto europeu. 

O estadista partilhava a convicção de muitos políticos da sua geração de que enterrar as guerras devastadoras no continente exigia uma solução de solidariedade.

“Eu penso que foi uma das grandes figuras europeias que, depois da Segunda Guerra, tinha profundamente enraizada a ideia de que a única solução, após os horrores do regime nazi, era olhar para a frente em conjunto. E desta vez sem querer esmagar a Alemanha, como tinha sido feito no período entre as duas guerras mundiais, mas fazendo pontos de aproximação com os novos políticos alemães, que representavam uma nova população", afimou Fabienne Keller, eurodeputada francesa do Renovar a Europa, a formação liberal no Parlamento Europeu.

Uma vez no Palácio do Eliseu, entre 1974 e 1981, Valéry Giscard d'Estaing trabalhou com o chanceler alemão Helmut Schimdt para criar o Sistema Monetário Europeu, base da atual moeda única. 

Legados: Conselho Europeu e as eleições europeias

O ex-presidente francês foi tambem protagonista de vários momentos cruciais das instituições políticas comunitárias.

“Há dois legados muito concretos que vemos a funcionar regularmente. O primeiro é o Conselho Europeu, ou seja, as cimeiras regulares de chefes de Estado e de governo. Foi Valéry Giscard d' Estaing que instituiu esse encontro direto entre dirigentes europeus. O outro é a eleição por sufrágio universal do Parlamento Europeu, a cada cinco anos. A primeira vez foi em 1979, por iniciativa de Valéry Giscard d' Estaing", explicou Eric Maurice, diretor da delegação da Fundação Robert Schuman em Bruxelas.

No entanto, o estadista fracassou no projecto para criar uma constituição europeia, em 2005. Os princípios fundamentais deste texto foram, contudo, retomados mais tarde, no Tratado de Lisboa, que atualmente rege a União Europeia. Valéry Giscard d 'Estaing partiu antes do início da Conferência sobre o Futuro da União, que começará em 2021.

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