Bancada do centro-direita suspende eurodeputado húngaro

Manfred Weber, líder da bancada do Partido Popular Europeu, que foi insultado por Tamás Deutsch
Manfred Weber, líder da bancada do Partido Popular Europeu, que foi insultado por Tamás Deutsch Direitos de autor ODD ANDERSEN/AFP or licensors
De  Isabel Marques da SilvaSandor Sziros
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O eurodeputado húngaro Tamás Deutsch pediu desculpas a Manfred Weber duas vezes e evitou a expulsão, mas não poderá fazer discursos nas sessões plenárias ou ser relator de importante legislação.

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Tamás Deutsch, que lidera a delegação húngara de centro-direita no Parlamento Europeu, foi suspenso de algumas das suas funções por ter insultado o alemão Manfred Weber, líder da bancada a que pertence a sua delegação, a do Partido Popular Europeu.

Numa entrevista televisiva, em novembro, o eurodeputado húngaro disse que Weber usava linguagem igual à das antigas polícias políticas alemã e húngara.

"Quero reagir à declaração de Manfred Weber sem ofender nenhum dos presentes. Ele diz que quem não tem nada a esconder, não deve ter medo. Lembro-me bem da Gestapo alemã e também da polícia comunista húngara AVO usarem essas mesmas palavras: Se não tem nada a esconder, não tenha medo", disse Tamás Deutsch, no canal de televisão húngaro ATV, a 25 de novembro.

O eurodeputado húngaro pediu desculpas a Manfred Weber duas vezes e evitou a expulsão, mas não poderá fazer discursos nas sessões plenárias ou ser relator de importante legislação.

Expulsar todos os eleitos pelo Fidezs?

Esta é mais uma polémica envolvendo os eleitos pelo Fidesz, no poder na Hungria, depois da recente demissão de József Szájer por ter participado numa orgia que violava as regras de confinamento em Bruxelas.

“Pessoalmente, não tenho nada contra as pessoas participarem em orgias gays ou usarem drogas no seu tempo livre. Mas já estamos cansados da hipocrisia: fingem ser democratas-cristãos respeitadores da família e depois têm vida dupla", disse Radek Sikorski, eurodeputado polaco desta bancada, em entrevista à euronews.

Há quem defenda a expulsão de toda a delegação húngara desta bancada devido ao cariz ultraconservador e provocador que o Fidesz assumiu sob a liderança do primeiro-ministro Viktor Orbán.

“É uma farsa trágica. Não devemos brincar com este tipo de coisas quando o que está em jogo é a democracia europeia. Digo isto de forma séria a 100%. O que está em jogo é a democracia na Europa, nada mais nada menos. Estas pessoas andam a fazer um jogo sem fim à vista, cujo único propósito é obviamente enfraquecer-nos", afirmou Petri Sarvamaa, eurodeputado finlandês, em entrevista à euronews.

O Partido Popular Europeu anunciou que tomará uma decisão final sobre a delegação húngara assim que a crise sanitária estiver controlada.

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