Incidente no Capitólio dos EUA questiona poder da retórica política

Incidente no Capitólio dos EUA questiona poder da retórica política
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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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Embora os políticos da União Europeia tenham sido rápidos na condenação da tentativa de subverter um processo democrático, houve também alertas emitidos sobre a fragilidade do sistema democrático em alguns pontos da Europa.

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Choque e consternação foram alguns dos termos usados pelos líderes europeus sobre a invasão, quarta-feira, do Capitólio, como é denominada a sede do órgão parlamentar dos EUA, em Washington.

A violência de alguns adeptos do presidente Donald Trump, que mantém a tese de eleições fraudulentas, é inaceitável disse a chanceler alemã, Angela Merkel: “Uma regra fundamental da democracia é que, depois das eleições, há vencedores e vencidos. Ambos têm que desempenhar o seu papel com decência e responsabilidade para que a democracia continue vencedora. O presidente Trump, lamentavelmente, não admitiu a sua derrota desde novembro".

O Estado de direito e a democracia são valores que não devem ser vistos como facilmente garantidos, mas como algo que devemos valorizar e respeitar todos os dias, cada um de nós.
Miapetra Kumpula-Natri
Eurodeputada finlandesa do centro-esquerda

Embora os políticos da União Europeia tenham sido rápidos na condenação da tentativa de subverter um processo democrático, houve também alertas emitidos sobre a fragilidade do sistema democrático em alguns pontos da Europa.

"Palavras e ações não são duas coisas asim tão diferentes. Os políticos não são os únicos a agir e deveriam saber que quando falam, há outros que vão reagir. Também na Europa se deve estar muito atento ao que é dito e à forma com como conduzimos o debate, tanto no interior dos países como no Parlamento Europeu. O Estado de direito e a democracia são valores que não devem ser vistos como facilmente garantidos, mas como algo que devemos valorizar e respeitar todos os dias, cada um de nós", afirmou Miapetra Kumpula-Natri, eurodeputada finlandesa do centro-esquerda, vice-presidente da delegação para os EUA.

Tarefa de Biden é reconciliar o país

O facto do atual presidente ter contribuído tanto para a agitação popular chocou o mundo. A prioridade do presidente-eleito, Joe Biden, deverá ser trabalhar em prol da reconciliação nacional, uma tarefa monumental face à votação conseguida por Trump.

"Biden é quase o presidente perfeito para este momento, porque é um homem que acalma, é um homem que tem sabedoria. Quando o vi na televisão, ontem à noite, fez-me recordar imagens do presidente Franklin Roosevelt quando disse, a 7 de dezembro de 1941, no ataque de Pearl Harbour, que era um dia de infâmia. Biden tem esse tipo de postura, de presença que consegue reunir os desavindos. E há muitas pessoas que gostam dele", considerou Jon-Christopher Bua, analista político da Real Political News, nos EUA.

É ainda com maior curiosidade e alguma preocupação que o mundo espera por 20 de janeiro, data da tomada de posse de Joe Biden.

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