Mulheres na linha da frente da luta contra a pandemia

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Direitos de autor ANDREA SABBADINI/AFP
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As mulheres representam cerca de 40% das cientistas e engenheiras no seio da União Europeia

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As mulheres estiveram na linha da frente durante a pandemia. No sector da saúde as mulheres representam a maioria. No entanto, também desempenharam um papel igualmente importante na investigação científica.

É o caso da Dra Katalin Karikó, a investigadora de origem húngara por detrás da técnica do RNA mensageiro. Trata-se de um dos principais desenvolvimentos das vacinas anti-Covid-19 apesar de durante muitos anos ter contrariado a tendência dominante.

"Na Universidade da Pensilvânia, cheguei aqui em 1989, queria desenvolver a técnica do RNA mensageiro para terapia e foi para isso que trabalhei. Foi também a década da terapia genética e todos queriam usar o DNA, eu era uma espécie de intruso. Não devia ser assim, o RNA é uma coisa boa" adianta a Dra. Katalin Karikó, investigadora e vice-presidente sénior da BioNTech.

Com a pandemia, as suas contribuições foram decisivas para a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.

Esta não é a única história de progresso representada por mulheres. A Dra. Capobianchi lidera uma equipa com mais de 50 cientistas e que foi quem primeiro isolou e sequenciou o vírus.

"Isolar o vírus do primeiro paciente observado em Itália foi um ponto de chegada, foi um entre vários episódios. E nem foi o mais difícil" revela a Dra. Maria Rosaria Capobianchi, investigadora e chefe dos laboratórios de virologia Lazzaro Spallanazi.

Ambas as cientistas afirmam que o principal obstáculo com que se defrontaram ao longo das suas carreiras foi quando se tornaram mães.

"A única altura em que sofri por ser mulher foi quando decidi ser mãe. Foi muito difícil dividir-me entre o ensino, a investigação e o papel de mãe, mas consegui ultrapassar isso", refere a Dra. Capobianchi.

Trata-se de uma experiência comum a muitas mulheres que vêm como a maternidade retardou as suas carreiras contribuindo para alargar o fosso salarial com os colegas masculinos.

"Muitas mulheres progridem nas suas carreiras profissionais mas ao chegarem à idade de terem filhos, que normalmente coincide com a melhor parte das suas carreiras profissionais, desaparecem por completo ou vêm a carreira interrompida. É uma espécie de tecto de vidro. É algo que temos que abordar aqui e do qual falámos muito no Parlamento porque acredito que temos que implementar licenças de maternidade e paternidade iguais, temos que avançar na reconciliação familiar, temos que progredir no sentido de criar empregos mais flexíveis, no teletrabalho" defende a eurodeputada espanhola do Grupo Renew Europe, Susana Solís.

As mulheres representam 40% dos cientistas e engenheiros no seio da União Europeia. 

A eurodeputada acredita que é possível que com as políticas certas possam vir a ter as mesmas oportunidades do que os seus congéneres masculinos.

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