Regras da austeridade não regressarão tão cedo à UE

Regras da austeridade não regressarão tão cedo à UE
Direitos de autor YVES HERMAN/AFP
Direitos de autor YVES HERMAN/AFP
De  Isabel Marques da SilvaEfi Koustokosta
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O economista Daniel Gros diz que vai ser precisa alguma disciplina dentro de dois anos, mesmo que não se regresse ao antigo modelo de austeridade, e que é preciso fazer reformas.

PUBLICIDADE

Está, ainda, longe o momento de se poder "apertar os cordões à bolsa" da despesa pública. Assim sendo, os governos da União Europeia aplaudem a proposta da Comissão para prolongar a suspensão das regras mais austeras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), que determinam tetos de 3% no défice orçamental e de 60% na dívida pública, em relação ao PIB.

O tema foi debatido, terça-feira, pelos 27 ministros das Finanças, com Valdis Dombrovskis, vice-presidente-executivo da Comissão Europeia: “O critério-chave que nos guia é saber quando é que a economia atingirá o nível pré-crise, aquele em que estávamos em 2019".

"De acordo com a previsões económicas de inverno, as nossas estimativas são de que isso poderá acontecer em meados de 2022. Logo, decidiu-se que que a cláusula de escape geral do PEC deverá permanecer em vigor em 2022, mas será desativada a partir de 2023 ", acrescentou Valdis Dombrovskis.

Quando começar as reformas do Estado social?

Contudo, a dívida pública e o défice orçamental dos Estados-membros está a disparar, sobretudo nos países do sul, que já tinham grandes desiquilíbrios antes da pandemia.

Nos Estados Unidos, perderam-se várias dezenas de milhões de postos de trabalho, mas quase o mesmo número de pessoas conseguiu encontrar um novo emprego numa ocupação diferente. E é assim que avança a economia dos Estados Unidos. Se não mudarmos o paradigma nessa frente, corremos o risco de ficar para trás.
Daniel Gros
Economista

O economista Daniel Gros diz que vai ser precisa alguma disciplina dentro de dois anos, mesmo que não se regresse ao antigo modelo de austeridade, e que é preciso fazer reformas.

“Salvámos o modelo social da Europa durante a pandemia, mas penso que fomos longe demais. Tentámos proteger os postos de trabalho, esquecendo que, no longo prazo, não deveríamos proteger os postos de trabalho, mas os trabalhadores. Nos Estados Unidos, perderam-se várias dezenas de milhões de postos de trabalho, mas quase o mesmo número de pessoas conseguiu encontrar um novo emprego numa ocupação diferente. E é assim que avança a economia dos Estados Unidos. Se não mudarmos o paradigma nessa frente, corremos o risco de ficar para trás", explicou o analista económico que dirige o centro de estudos CEPS, em Bruxelas, em entrevista à euronews.

Espera-se que a vacinação permita controlar a pandemia de Covid-19 e usar o orçamento da União Europeia até 2027 para fazer algumas dessas reformas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Bruxelas mantém suspensão das regras do PEC

Bruxelas esquece o défice e pede aposta na saúde e emprego

Comissão Europeia flexibiliza disciplina orçamental e dá a mão a Itália