Líderes da União Europeia reúnem-se em Bruxelas

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Direitos de autor OLIVIER MATTHYS/AFP
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De  Pedro Sacadura
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Encontro será dominado por assuntos como a pandemia de Covid-19, recuperação económica ou relações com a Turquia e Rússia. Polémica lei anti-LGBTQI aprovada pela Hungria entra na agenda

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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se em Bruxelas, a partir desta quinta-feira, para uma cimeira de dois dias, a última antes da pausa de verão.

O encontro arranca com a visita de um convidado especial: o secretário-geral da Organização das Nações Unidas. António Guterres e os líderes europeus discutem desafios e questões geopolíticas mundiais num almoço de trabalho, de acordo com a carta de convite enviada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, aos Estados-membros.

Lei anti-LGBTQI aprovada pela Hungria

Há um assunto que não constava da agenda, mas que vai ser discutido durante o jantar de trabalho: a controversa lei anti-LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero, Queer e Intersexuais) aprovada pela Hungria.

À chegada ao Conselho Europeu, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, não escondeu a irritação com as críticas: "A lei não é sobre os homossexuais. É uma decisão sobre a forma como os pais gostariam de educar os filhos, que pertence exclusivamente aos pais. Essa é a natureza desta lei."

Ainda antes da cimeira, 17 Estados-membros emitiram uma declaração pública de condenação, apelando à atuação da Comissão Europeia contra a discriminação da comunidade. Portugal não subscreveu a posição invocando "dever de neutralidade."

Relações com a Turquia e a Rússia

Em matéria externa serão analisadas as relações com Ancara. Mas também com Moscovo, com base num relatório do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e da Comissão. Os líderes europeus discutirão uma nova estratégia para as relações bilaterais com a Rússia.

Alguns representantes consideram a possibilidade de se realizar uma cimeira com o presidente Vladimir Putin. No entanto, outros Estados-membros - maioritariamente do leste europeu - mostram reservas. Diplomatas da União Europeia defendem uma melhoria nas relações antes da realização de qualquer cimeira.

O primeiro-ministro da Letónia, Arturs Krišjānis Kariņš, deixou ressalvas: "A preocupação que tenho, como primeiro-ministro da Letónia, é que, enquanto líderes europeus, se quisermos abrir a via do diálogo com a Rússia precisamos de alguns passos vindos também do lado russo."

Pandemia de Covid-19

A recuperação da pandemia também estará em cima da mesa. Os Estados-membros celebram a abertura das fronteiras graças ao Certificado Digital Covid. Mas alguns países, como a Alemanha, pedem mais controlo por causa das novas variantes.

"Estamos naturalmente preocupados com a variante Delta. Vou propor que atuemos de modo ainda mais coordenado, em particular quando está em causa a chegada de pessoas de regiões afetadas com a variante do vírus", sublinhou a chanceler alemã Angela Merkel.

Migração e recuperação económica

Mais espinhoso adivinha-se o debate acerca da migração e das rotas migratórias. Com o propósito de reduzir a pressão sobre as fronteiras da União Europeia, a cooperação com países de origem e de trânsito deverá ser reforçada.

De acordo com fontes diplomáticas, poderá estar em cima da mesa a possibilidade de aprovação de um novo pacote financeiro de ajuda à Turquia para travar o fluxo de migrantes e refugiados.

O segundo dia da cimeira traz a oportunidade para analisar a recuperação económica da União Europeia e para fazer um balanço da aplicação do instrumento Próxima Geração UE (Next Generation EU). No final, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, juntar-se-ão ao encontro para uma cimeira do Euro em formato inclusivo.

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