Pedidos de asilo na UE caem a pique por causa da Covid-19

Um grupo de migrantes, com máscaras de proteção, reúne-se do lado de fora do novo campo de refugiados de Kara Tepe, na ilha de Lesbos, em 19 de dezembro de 2020
Um grupo de migrantes, com máscaras de proteção, reúne-se do lado de fora do novo campo de refugiados de Kara Tepe, na ilha de Lesbos, em 19 de dezembro de 2020 Direitos de autor ANTHI PAZIANOU/AFP or licensors
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Em 2020 houve uma quebra em relação ao ano anterior de 32%

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Em 2020, primeiro ano de pandemia de Covid-19, a Europa registou o menor número de pedidos de asilo desde 2013.

Contabilizaram-se 485 mil pedidos entre os 27 Estados-membros, o que representa uma quebra de 32% em relação ao ano de 2019, de acordo com o "Relatório Anual sobre a Situação de Asilo na União Europeia em 2021."

No documento, da responsabilidade do Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (EASO), ressalva-se que a tendência não se deve a uma "diminuição do número de pessoas que necessitam de proteção internacional." Justifica-se, antes, com as "restrições de mobilidade e viagens."

Síria, Afeganistão, Venezuela, Colômbia e Iraque permanecem no Top 5 dos países de origem com maior número de requerentes de asilo.

Em linha com a tendência os últimos anos, a Alemanha continuou a ser o país com mais pedidos de asilo na Europa (122 mil), seguido de França (93 mil) e Espanha (89 mil).

O efeito da pandemia no sistema de asilo da União Europeia expôs forças e fraquezas, como explicou, em entrevista à Euronews, Nina Gregori, diretora-executiva do Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (EASO): "Apercebemo-nos, em muitos Estados-membros, da forma como desenvolveram rapidamente novas abordagens para registos, novas abordagens para entrevistas de asilo, de modo remoto, com recurso a ferramentas digitais e de Tecnologias da Informação. Isto foi algo realmente surpreendente para todos nós."

Pela primeira vez, desde 2017, foram emitidas mais decisões sobre os pedidos de asilo de primeira instância do que recebidos novos pedidos de asilo. Reduziu-se a lista de espera média de quase um milhão de pessoas para pouco menos de um quinto.

Em termos percentuais, 42% das decisões concederam algum tipo de proteção, enquanto 58% foram rejeitadas.

O relatório é crítico sobre a situação em alguns centros de receção, mas também ressalva que muitos aproveitaram o período de relativa calma para melhorar as infraestruturas existentes.

A União Europeia acaba de acordar com um mandato renovado e reforçado para a agência de apoio ao asilo.

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