Johansson: "É preciso arrecadar mais 200 milhões de euros para ajuda"

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Comissária europeia com a pasta dos Assuntos Internos manifestou-se, em entrevista à Euronews, sobre a crise humanitária que se vive no Afeganistão

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A situação no Afeganistão está a fazer aumentar o nível de preocupação no seio da União Europeia sobre pressões migratórias adicionais. Em entrevista exclusiva à Euronews, a comissária europeia com a pasta dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, manifestou-se sobre esta matéria.

Jack Parrock, Euronews - Que esforços específicos é que se estão a fazer para assegurar que os Estados-membros da União Europeia recebem refugiados afegãos?

Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos - Não devemos esperar até as pessoas aparecerem nas nossas fronteiras externas. Precisamos de estar ao lado das pessoas neste momento, para proteger todos os que correm perigo imediato através de realojamentos, de formas legais e seguras de pedir proteção internacional à União Europeia. O mais importante é apoiar os afegãos no Afeganistão, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, por exemplo, no Afeganistão, para ajudar os países vizinhos que estão as receber muitas pessoas neste momento.

Jack Parrock, Euronews - Dois representantes da Comissão Europeia sugeriram a utilização do Mecanismo de Proteção Temporária. Está de acordo?

Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos - O Mecanismo de Proteção Temporária é uma forma de dar abrigo às pessoas que se encontram na União Europeia como refugiados de um modo rápido. Esse não é o problema atualmente. A questão atual é apoiar os afegãos no Afeganistão, apoiar os afegãos nos países vizinhos, evitar que as pessoas sigam rotas perigosas de contrabandistas e garantir que damos apoio às mulheres e meninas.

Jack Parrock, Euronews - Está a pensar em arrecadar dinheiro e fundos para doar a países fora da União Europeia para apoiar os refugiados, em vez de tê-los no bloco comunitário, à semelhança do que aconteceu com a Turquia durante a crise migratória de 2015-2016?

Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos - Sim, é preciso que agora arrecademos mais 200 milhões de euros para ajuda humanitária no Afeganistão. Também vamos precisar de mais apoio para os países vizinhos e para outros países da região que estão a receber os afegãos. Para mim, é extremamente óbvio que é preciso dar esse passo.

Jack Parrock, Euronews - A atmosfera é diferente. A Grécia está a erguer construções na fronteira com a Turquia. A Lituânia tem grandes preocupações por causa da fronteira com a Bielorrússia. Na verdade, vários Estados-membros do leste europeu têm também. É a favor dessas construções de fronteira e em que medida é que as considera diferentes?

Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos - Em primeiro lugar, o que vemos da parte da Bielorrússia, de Aleksander Lukashenko, é uma ação extrema de agressão à União Europeia e aos países vizinhos. Está a usar seres humanos de forma instrumentalizada. Isso é totalmente inaceitável. É um modo realmente perigoso de agir. Por isso, é importante que estejamos juntos contra Lukashenko e o que ele está a fazer. O que vejo na Lituânia, por exemplo, é que eles precisam de proteger as fronteiras externas e também são obrigados a proteger as fronteiras externas contra entradas não autorizadas. Se considerarem que precisam de uma vedação contra um vizinho agressivo como Lukashenko, posso entender isso.

Jack Parrock, Euronews - E em relação aos gregos?

Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos - Está claro que têm de respeitar os direitos fundamentais. Mas, para fazerem isso, também posso entender que às vezes é necessário recorrer a vedações e considero que cabe a cada Estado-membro decidir.

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