Bruxelas "receita" visitas as museus

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Projeto-piloto pretende atenuar impacto da pandemia de Covid-19, nas pessoas e nos museus

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Nem todos os males têm remédio, mas há remédios alternativos que podem servir para atenuar alguns males.

Em Bruxelas, a vereadora da cultura e do turismo Delphine Houba quer adicionar às receitas médicas uma "visita gratuita ao museu." Houba está a trabalhar com um hospital local para melhorar a saúde mental de pessoas que sofrem de stress e ansiedade. Ao mesmo tempo, ajuda a revitalizar os museus, que a pandemia de Covid-19 deixou, igualmente, de rastos.

"Estamos habituados a ir ao médico e a obter remédios. A ideia, aqui, é considerar que a arte faz parte do processo de cura. Como disse Jean-Marie Gustave Le Clézio, vencedor do Prémio Nobel de Literatura, um dia poderemos perceber que não existe arte, mas apenas medicina. Eu acredito que a arte é muito boa para nossa saúde física e mental", sublinhou Delphine Houba, em entrevista à Euronews.

Nos próximos três meses, cinco museus - do universo da arte à moda - vão participar no projeto-piloto.

A historiadora Isabel Vermote, responsável pelo programa "Art & Care", dos museus Reais de Belas Artes de Bruxelas, vê com bons olhos a ideia, ainda que com cautela.

"A arte não é um medicamento. É muito mais complexo do que isso. Ir a um museu, olhar para alguns quadros e pensar que depois nos sentimos melhores: não acredito nisso. Mas acredito que a arte pode ser boa para o bem-estar. Se criarmos o contexto certo ou um ambiente excelente, o que quer dizer que as pessoas precisam sentir-se bem-vindas num museu", lembrou Vermote.

Isabel tem vindo a trabalhar, desde 2017, com profissionais de saúde para trazer doentes, toxicodependentes e pessoas vulneráveis ao museu. Acredita no poder terapêutico da arte, mas lembra que as pessoas têm de se sentir em casa: "Em primeiro lugar é preciso criar um ambiente seguro para apreciar a arte. Não vamos falar sobre as nossas doenças, apenas sobre a vida. Isso sim, essa é a beleza de um museu."

O sucesso desta terapia ainda está por comprovar. A ideia serve, pelo menos, de convite a sair de casa depois de meses de confinamento em toda a Europa.

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