Pacote legislativo "Fit for 55" escrutinado no Parlamento Europeu

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Eurodeputados questionam impacto real sobre os consumidores

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Inundações na Bélgica e na Alemanha ou incêndios na Grécia e em Espanha são, para os cientistas, sinais evidentes de que a crise climática poderá alimentar muitos desastres naturais.

Impulsionar as ambições europeias em matéria climática é, por isso, mais urgente do que nunca. Esta terça-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta do Clima, Frans Timmermans, defendeu, no Parlamento Europeu em Estrasburgo, o pacote climático "Fit for 55", apresentado em julho.

"Temos uma enorme responsabilidade aos ombros porque se falharmos em agir agora, e quero dizer imediatamente, então os nossos filhos nunca nos perdoarão. Se não agirmos agora, atingiremos muito em breve pontos de inflexão. Não temos escolha, temos de agir. Uma coisa que espero evitar é estarmos paralisados com medo da mudança", sublinhou Timmermans.

Rumo à neutralidade carbónica, Bruxelas estabeleceu a meta de, até 2030, cortar em 55% as emissões de gases com efeito de estufa, relativamente aos níveis de 1990. Mas a realidade prática não se adivinha assim tão fácil.

As divisões sobre quem deve pagar a fatura persistem. Para alguns, está claro que as indústrias poluentes que devem assumir o fardo, não os cidadãos.

"Precisamos de acabar com os subsídios públicos para combustíveis fósseis, de nos livrar das licenças de emissão gratuitas, complementar a onda de renovação com a onda solar e acelerar a mudança para as energias renováveis", insistiu a co-líder do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, Ska Keller.

O eurodeputado socialista holandês Mohammed Chahim referiu: "Precisamos de discutir se estamos dispostos a apoiar diretamente os consumidores para que se tornem mais sustentáveis."

Já a eurodeputada polaca do Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, Anna Zalewska, acrescentou: "Os cidadãos começam a fazer perguntas. Falam sobre os aumentos dos preços, porque são eles que vão pagar a fatura das ambições climáticas da União Europeia."

As propostas da Comissão vão desde a eliminação progressiva dos veículos a gasolina e a gasóleo até 2035 a novos impostos sobre as emissões por causa do aquecimento de edifícios bem como impostos sobre as emissões da indústria da aviação e marítima.

O aumento global nos preços da energia, com impacto nos consumidores, promete alimentar debates intensos até que o pacote climático se torne real.

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