Estado de direito na Polónia promete ensombrar cimeira em Bruxelas

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Direitos de autor Stephanie Lecocq/AP
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A crise energética é um dos temas fortes do encontro que arranca esta quinta-feira

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O inesperado aumento global dos preços da energia será um dos pratos fortes da cimeira europeia de dois dias que arranca esta quinta-feira em Bruxelas.

Vários países pedem medidas especiais para fazer frente à crise, que não distingue famílias nem empresas.

Alguns Estados-membros, sob a batuta de Espanha, defendem soluções como a compra conjunta de gás, tal como Bruxelas fez, por exemplo, com a compra de vacinas contra a Covid-19. Mas outros consideram que se trata de coisas distintas.

"Tecnicamente, é certo que é complicado porque não são os Estados que compram, são as empresas. Mas a criação de um coletivo que ofereça uma certa garantia de compra para todos e que represente um volume suficiente para os países que vendem gás é uma boa ideia. Talvez não cubra tudo, mas pode ajudar a criar uma reserva mínima disponível para todos", sublinhou, em entrevista à Euronews, a ministra espanhola com a pasta da Transição Ecológica, Teresa Ribera.

A Alemanha e os Países Baixos, que a acreditam que a crise terminará na primavera, preferem que sejam os mercados a autorregular-se.

França, por outro lado, entende que a energia nuclear pode ser parte da solução, enquanto a Polónia e a Hungria fazem pressão para reduzir as ambições verdes.

Algo que a Comissão Europeia não está disposta a aceitar, considerando a ameaça das alterações climáticas.

"A transição para a energia verde é não só vital para o nosso planeta, como também é crucial para a nossa economia e para a resiliência face a choques de preços energéticos", lembrou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Nesta cimeira, adivinha-se outro ponto de fricção, mais profundo, relacionado com o Estado de Direito na Polónia.

O executivo insiste que a Constituição polaca tem primazia sobre o direito comunitário, desafiando Bruxelas. Os eurodeputados exigem ação da Comissão Europeia.

"Agora que assistimos a um debate cada vez mais dividido e tóxico sobre o Estado de direito na Europa, é vital que o Conselho Europeu assuma finalmente a sua responsabilidade a este respeito e dê o ímpeto e as orientações que normalmente gosta de dar", referiu a eurodeputada holandesa do Grupo do Partido Popular Europeu, Esther de Lange.

No entanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu mais diálogo e alertou contra a suspensão dos fundos europeus destinados à Polónia e Hungria.

Uma decisão clara sobre o assunto é improvável esta semana.

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