El Salvador rende-se à bitcoin

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Direitos de autor LUDOVIC MARIN/AFP
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Em entrevista à Euronews, vice-presidente do país mostra-se otimista em relação ao futuro da criptomoeda. Félix Ulloa diz que há mais de três milhões de contas ativas com bitcoin, superando as contas na banca comercial normal

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El Salvador fez história no verão passado ao tornar-se no primeiro país do mundo a reconhecer a bitcoin como moeda de troca. Os detentores da criptomoeda podem agora usá-la em qualquer transação.

Há cada vez mais utilizadores, mas, paralelamente, persistem algumas dúvidas

Em entrevista à Euronews, o vice-presidente do país, Félix Ulloa, mostrou-se otimista: "Até agora está a correr muito bem. Quando se adotou e aprovou a lei que tornou a Bitcoin - uma de muitas criptomoedas - numa moeda oficial do país, houve muitas críticas por causa da volatilidade, por causa da possibilidade de utilização para lavagem de dinheiro. Uma série de dúvidas que são razoáveis. Espero que se dissipem com o tempo. A certeza com que se iniciou o processo foi ratificada com o apoio popular. Temos mais de três milhões de contas ativas com bitcoin, o que é mais do dobro das contas na banca comercial normal."

Mas nem todos estão de acordo. Pela primeira vez, desde que o presidente Nayib Bukele chegou ao poder, houve protestos nas ruas.

Vários manifestantes fizeram-se ouvir de forma ruidosa, munidos de cartazes contra o autoritarismo e a criptomoeda.

O governo reagiu, proibindo ajuntamentos em massa para evitar a propagação da Covid-19.

"Foi precisamente isso que fez disparar o pico que tivemos. O nível de contágio disparou por causa destas manifestações convocadas precisamente contra a bitcoin. Neste momento, El Salvador está a mostrar não só a liderança mundial, como também a capacidade de atrair investidores de alto nível, que vão reunir-se em novembro no país", acrescentou Félix Ulloa.

Em 2001, El Salvador adotou o dólar como moeda nacional para tentar salvar a economia.

Duas décadas depois, o país depositou as esperanças na bitcoin.

Mas há quem argumente que se trata de uma opção volátil, opaca, que poder favorecer os detentores de capital e implicar a perda de soberania monetária. O vice-presidente do país rejeita.

"Isto é uma libertação. Perde-se a autonomia quando se está sujeito às moedas fiduciárias (Fiat). Costumávamos ter o dólar dos EUA como moeda corrente. Isso tornava-nos dependentes de uma moeda igual. Outras moedas fiduciárias podem ser o euro, a libra. Quando se entra neste mercado de criptomoedas, não existem regulamentos de moeda fiduciária. Essa é a vantagem", sublinhou Félix Ulloa.

Uma aposta ousada com resultados imprevisíveis.

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