Bruxelas antevê inflação portuguesa nos 2,3% em 2022

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Comissão Europeia divulgou previsões económicas de inverno

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A pressão exercida pelos elevados preços da energia na Europa está a agravar a inflação. Por outro lado, está a desacelerar a perspetiva de crescimento para a União Europeia e a zona do euro, de acordo com as últimas previsões de inverno, hoje apresentadas pela Comissão Europeia.

"Os preços elevados da energia, os problemas de abastecimento e efeitos de base estão a contribuir para fazer subir os preços para os consumidores. Comparativamente às previsões de outono, as previsões de inflação foram significativamente revistas para este ano. As previsões para contratos de futuros mostram que os preços da energia deverão permanecer em alta durante mais tempo e que as pressões dos preços se estão a alargar a diferentes categorias de bens e serviços", referiu o comissário europeu com a pasta da Economia, Paolo Gentiloni.

Para manter a inflação baixa e estável, o Banco Central Europeu estabeleceu uma meta de inflação de 2%.

No conjunto da zona euro, a Comissão Europeia prevê um agravamento da inflação de 2,6% em 2021, para 3,5% este ano, antes de abrandar para 1,7% em 2023.

Em Portugal, a taxa de inflação deverá acelerar para os 2,3% este ano, principalmente por causa do aumento dos preços da energia. Será o segundo agravamento de preços mais baixo no conjunto da União Europeia. Só Malta terá uma taxa de inflação mais baixa.

Mas os especialistas têm dúvidas sobre a segurança destas previsões, porque as incertezas relacionadas com problemas nas cadeias de abastecimentos e a pandemia de Covid-19 persistem.

Paralelamente, as preocupações com o aumento da inflação ou planos para uma política monetária mais apertada já têm um impacto nos mercados globais.

Neste quadro, qual é o risco de uma nova crise financeira?

"Gostaria de poder dizer com confiança que posso descartar esse cenário. Mas penso que a verdade é que a zona euro continua numa situação frágil e acredito que precisamos de duas coisas. Precisamos do trabalho a nível nacional para reformar e para aumentar o crescimento da produtividade, mas também precisamos de mais ação europeia. Isso significa que temos de discutir a espinhosa questão da união fiscal e mais integração fiscal. Penso que, no fim de contas, a zona euro não se pode esconder deste debate para sempre, especialmente numa altura em que a inflação vai aumentar e a política monetária não pode mais intervir", sublinhou, em entrevista à Euronews, o diretor do think-tank Bruegel, Guntram Wolff.

As perspetivas para a inflação, mas também para a economia europeia estão igualmente dependentes da volatilidade das tensões entre a Ucrânia e a Rússia.

O comissário europeu da Economia fez questão de referir que "a estabilidade da paz e o crescimento económico estão obviamente e estritamente ligados".

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