Crise na Ucrânia colocou o país vizinho numa situação limite, disse Natalia Gavrilița, em entrevista à Euronews
À medida que a ofensiva russa avança na Ucrânia, a vizinha Moldávia também acusa a pressão.
Em entrevista à Euronews, a primeira-ministra do país, Natalia Gavrilița, renovou pedidos de ajuda para lidar com o fluxo de refugiados sem precedentes.
"Estamos no nosso limite e precisamos de ajuda internacional para lidar com esta crise humanitária. Enquanto as ações militares prosseguirem no terreno, prevemos que a situação se mantenha. Pedimos com urgência a criação de corredores para outros países da Europa", sublinhou Gavrilița.
A Moldávia também diz sentir pressão em matéria de segurança, mas, para já, a primeira-ministra prefere evitar especulações sobre cenários possíveis.
A região separatista da Transnístria mantém-se independente com o auxílio de forças russas.
"Convivemos com a região separatista da Transnístria. Temos tropas russas estacionadas lá. Pedimos a retirada de tropas de forma consistente nos últimos 30 anos. Atualmente não vemos nenhum risco ou plano de envolvimento [no conflito na Ucrânia]. Mas, claro, a situação é incerta e depende da evolução na Ucrânia. Como disse, somos um país neutro e esperamos que todos os parceiros internacionais atuem de acordo com o princípio da neutralidade", insistiu Gavrilița.
A Moldávia, tal como a Geórgia e a Ucrânia submeteram um pedido de adesão oficial à União Europeia na semana passada.
No entanto, a primeira-ministra moldava faz questão de dizer que não pretende fazer o mesmo em relação à NATO.
"O princípio de neutralidade está consagrado na Constituição e continuaremos a lutar pela integração na União Europeia, mas não pela adesão à aliança da NATO", lembrou Natalia Gavrilița.
A Moldávia sabe que a integração no bloco europeu é um processo longo e complicado, mas acredita que mesmo a aceitação do estatuto de candidatura seria um símbolo importante para que os cidadãos moldavos saibam que são bem-vindos.