Victoria de Viktor Orbán ecoa em Bruxelas

Viktor Orbán conquistou quarto mandato como primeiro-ministro da Hungria
Viktor Orbán conquistou quarto mandato como primeiro-ministro da Hungria Direitos de autor Petr David Josek/The Associated Press
De  Sandor Zsiros
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O partido de Orbán conquistou nas eleições de ontem 53% dos votos. A afluência às urnas foi de cerca de 68%. Que futuro para as relações tensas entre Bruxelas e Budapeste?

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"Foi uma vitória tão grande que pode avistar-se da lua e certamente a partir de Bruxelas." Com estas palavras, o primeiro-ministro húngaro, cantou vitória nas eleições legislativas deste domingo.

Viktor Orbán conquistou quarto mandato consecutivo. Uma reeleição que resistiu ao braço-de-ferro com a União Europeia (UE) e à contendas relacionadas com respeito pela democracia, pelo Estado e Direito e valores europeus.

Em Bruxelas, algumas vozes críticas de Orbán, como a eurodeputada francesa do grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, Gwendoline Delbos-Corfield, mostram-se prontas para continuar a luta

"Estou - como outros - num estado de espírito um pouco desesperado. Temos de continuar a lutar. O meu trabalho será continuar a pressionar o Conselho e a Comissão Europeia para agir, para lutarem por um mínimo de pluralismo nos meios de comunicação social na Hungria, pela independência da justiça. Acima de tudo, a nossa maior necessidade hoje é fazer chegar dinheiro europeu a todos e distribuir o dinheiro de maneira igualitária e justa", sublinhou, em entrevista à Euronews, Delbos-Corfield.

A também relatora do Parlamento Europeu sobre a situação na Hungria insiste que a UE deve condicionar a atribuição de fundos europeus ao respeito mínimo de valores comuns do bloco comunitário.

Realisticamente falando, Dániel Hegedűs, analista do German Marshall Fund dos EUA, entende que a abordagem de Bruxelas poderia passar por conseguir uma "cooperação mínima" de Orbán.

Mas desistir da luta pelos valores da UE e pela democracia na Hungria seria um erro, acrescenta: "a credibilidade democrática da União Europeia já foi significativamente prejudicada nos últimos 12 anos. E abraçar Orbán e suas políticas como a nova realidade na UE significaria praticamente abandonar a integração europeia como um projeto normativo."

A Comissão Europeia acompanhou o escrutínio, escusando-se, para já, a fazer comentários.

Uma decisão-chave para o futuro próximo será o que fazer com os fundos de recuperação pós-pandemia destinados à Hungria. Até agora, as verbas têm sido retidas por causa de alegações de corrupção.

Esta segunda-feira, Bruxelas disse apenas que o processo de avaliação ainda está em andamento.

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