União Europeia quer proibir importação de carvão da Rússia

A Comissão Europeia propôs novas sanções para paralisar a máquina de guerra da Rússia
A Comissão Europeia propôs novas sanções para paralisar a máquina de guerra da Rússia Direitos de autor European Union, 2022
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De  Aida Sanchez Alonso
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Bruxelas aperta o cerco às fontes de receita de Moscovo que ajudam a financiar a guerra na Ucrânia

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Bruxelas quer tornar as sanções "mais amplas e severas" para a economia russa e, pela primeira vez, o carvão - uma importante fonte de receita para Moscovo - faz parte dos planos.

A Comissão Europeia propôs, esta terça-feira, o reforço das restrições. Uma medida impulsionada por alegadas execuções de civis cometidas por tropas russas, por exemplo, na cidade ucraniana de Bucha.

Os embaixadores dos 27 junto da União Europeia reúnem-se, esta quarta-feira, para decidir que medidas tomar.

Não estão contemplados todos os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) russos, como pediu a Ucrânia, mas das propostas apresentadas pela presidente do executivo comunitário consta a proibição de importação de carvão, que garante à Rússia a receita anual de quatro mil milhões de euros. Ursula von der Leyen anunciou que Bruxelas "está a trabalhar em sanções adicionais, incluindo as importações de petróleo", altamente lucrativas para Moscovo. 

As embarcações russas ou operadas pela Rússia também deverão ser proibidas de entrar em portos da União Europeia.

Com o objetivo de "enfraquecer ainda mais o sistema financeiro russo", sublinhou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as propostas incluem ainda a expulsão de quatro bancos russos do mercado financeiro europeu, incluindo o VTB, o segundo maior banco do país.

"A Rússia está a travar uma guerra cruel e implacável, não só contra as corajosas tropas da Ucrânia, mas também contra a população civil. É importante manter a máxima pressão sobre o presidente Vladimir Putin e o governo russo neste momento crítico", acrescentou von der Leyen.

O novo pacote de sanções - o quinto - ainda precisa da "luz verde" dos Estados-membros para entrar em vigor.

Mas, ao que tudo indica, ainda não será desta vez que se avançará para um embargo ao gás russo.

Áustria ou Alemanha, por exemplo, estão contra um bloqueio das importações de gás para a União Europeia.

Os Estados Bálticos - Estónia, Letónia e Lituânia - por outro lado, pedem mais ambição.

"Penso que devemos cortar as compras de petróleo, de gás e de carvão russos. A Lituânia é o primeiro Estado-membro a deixar o gás da Rússia. Recusamos comprar gás russo. Penso que estamos a dar um bom exemplo a todos os países europeus de que é possível fazê-lo", lembrou Gintaré Skaist, ministra das Finanças da Lituânia.

No quinto pacote de sanções estão ainda contempladas “novas proibições específicas” em produtos como madeira, cimento, frutos do mar ou licor, num valor de 5,5 mil milhões de euros.

Prevê-se ainda um alargamento dos indivíduos integrados na lista de sanções, a par de uma proibição geral da participação de empresas russas em concursos públicos nos Estados-membros da União Europeia.

Entretanto, esta terça-feira vários diplomatas russos da representação da Rússia junto da União Europeia foram considerados personae non gratae. Pressão adicional que surge no rescaldo do massacre em Bucha. As imagens de civis mortos correram mundo e chocaram a comunidade internacional.

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