NATO entende que a guerra na Ucrânia está longe do fim

Encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO arrancou hoje em Bruxelas
Encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO arrancou hoje em Bruxelas Direitos de autor Virginia Mayo/The Associated Press
De  Efi Koutsokosta com EFE
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Ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica reúnem-se, num encontro de dois dias, em Bruxelas

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O secretário-geral da NATO diz que a Aliança Atlântica não tem "indícios" de que o presidente russo, Vladimir Putin, tenha abandonado a "ambição" de controlar a Ucrânia.

Jens Stoltenberg manifestou-se na chegada à reunião, de dois dias, dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, que hoje arrancou em Bruxelas.

Insistiu que Moscovo prepara uma ofensiva no leste da Ucrânia, destinada ao controlo de toda a região do Donbass.

"Vemos que a Rússia está a retirar as forças do norte da Ucrânia para reforçá-las, reabastecê-las, rearmá-las e movê-las para o leste, onde esperamos um grande ofensiva. O objetivo do presidente Vladimir Putin é tentar controlar toda a região do Donbass e estabelecer uma conexão terrestre entre o Donbass e a Rússia," disse Stoltenberg.

Por outro lado, lembrou que, face às circunstâncias, é preciso preparação para o longo prazo.

"Temos de ser realistas e perceber que isto pode durar muito tempo, muitos meses, ou até anos. E é por isso que também precisamos de estar preparados para o longo prazo, quer quando se trata de apoiar a Ucrânia, como de sustentar sanções e reforçar as nossas defesas", acrescentou.

O encontro acontece no rescaldo das alegadas execuções de civis cometidas por tropas russas em Bucha e em outras localidades nos arredores de Kiev. A Rússia recusa as acusações.

Esta quinta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança contam com a presença do chefe da diplomacia da Ucrânia, que se vai juntar, fisicamente, à reunião.

Na bagagem Dmytro Kuleba deverá trazer o pedido de mais equipamento antiaéreo.

Os aliados deverão avaliar as necessidades imediatas da Ucrânia e decidir dar, por exemplo, mais armas antitanque ou sistemas de defesa aérea, além de aumentar a assistência humanitária e a ajuda financeira.

Stoltenberg ressalvou que a guerra "mudou a realidade da segurança na Europa para muitos anos." Uma visão partilhada por Michael Kimmage, professor de História da Universidade Católica da Amércia, que comentou o assunto, em entrevista à Euronews: "penso que uma nova Guerra Fria é uma previsão razoável em relação a como será a Europa. Haverá uma natureza de soma zero para o conflito e este será duradouro como aconteceu com a Guerra Fria. Tudo passará a ser definido em termos da competição entre a Europa com a Aliança Atlântica e a Rússia. Isso afetará a segurança, certamente da Geórgia e do Cáucaso do Norte, da Moldávia, e sem dúvida também a segurança da Ucrânia. É possível que a Rússia possa perder esta guerra e nesse caso não haveria uma Guerra Fria. Veríamos uma Rússia mais fraca, mas certamente com queixas e revolta em relação à Europa."

Esta quinta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica também vão discutir o que fazer para ajudar mais parceiros vulneráveis à ameaça russa, como a Geórgia e a Bósnia-Herzegovina.

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