"Catalangate": Puigdemont pede que se apurem responsabilidades

"Spyware" Pegasus foi criado pela empresa israelita NSO Group
"Spyware" Pegasus foi criado pela empresa israelita NSO Group Direitos de autor Sebastian Scheiner/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
De  Aida Sanchez Alonso
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Governo de Espanha nega ter espiado separatistas da Catalunha

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O independentismo catalão não escapou ao radar do "spyware" Pegasus e, agora, aumentam os pedidos de uma investigação para apurar responsabilidades.

Criado pela empresa israelita NSO Group, para vigiar, em teoria, terroristas e criminosos, na prática o software também serviu para espiar pelo menos 65 separatistas catalães.

Entre eles incluem-se três presidentes da Generalitat da Catalunha e quatro eurodeputados, sob vigilância entre 2017 e 2020.

Está por confirmar se Carles Puigdemont, ex-presidente do Governo Catalão, foi um deles, mas sabe-se que a mulher e o advogado do eurodeputado foram vigiados.

"Nós, eurodeputados, e até um dos nossos assistentes, fomos espiados através do software Pegasus enquanto trabalhávamos nesta casa [Parlamento Europeu], colocando em risco as comunicações de todo o Parlamento", sublinhou, esta terça-feira, em conferência de imprensa, Puigdemont, que pediu uma investigação a par da intervenção do comissário europeu com a pasta da Justiça, Didier Reynders.

Foi a organização canadiana Citizen Lab que detetou a infeção de telemóveis de separatistas catalães pelo Pegasus.

Num relatório, diz haver provas que sugerem ligação às autoridades espanholas.

Puigdemont fala em ataques à democracia e denuncia violação das liberdades individuais ao mesmo tempo que pede que o Estado espanhol seja responsabilizado: "o Estado espanhol organizou uma conspiração criminosa com dinheiro de fontes não controladas democraticamente e obscuras para atacar um movimento político legítimo, democrático e maioritário, nas instituições e nas ruas."

O atual governo de Espanha, por outro lado, nega as acusações de espionagem, pela voz de Isabel Rodríguez, porta-voz do Governo de Espanha: "o Governo não tem nada a esconder. Absolutamente nada. Por isso, o governo colaborará ao máximo com a justiça na investigação destes eventos se os tribunais exigirem que o façamos."

Esta terça-feira, a comissão do Parlamento Europeu responsável por investigar as atividades do "spyware"  Pegasus, que só pode ser adquirido por Estados ou governos, iniciou os trabalhos.

Terá que lidar com muitos outros casos incluindo denuncias na Hungria, Polónia e Grécia.

O software foi criado pela empresa israelita NSO Group. Consegue aceder a dispositivos móveis para monitorizar mensagens ou chamadas, por exemplo, sem que os alvos se apercebam.

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