Estado da União: Conflito na Ucrânia condiciona futuro europeu no longo prazo, com governantes e analistas cada vez mais convictos do prolongamento da guerra causada pela Rússia.
As instituições da União Europeia (UE) ainda não retomaram o ritmo habitual neste final de verão, mas a presidente da Comissão Europeia fez questão de juntar-se à comunidade ucraniana no centro histórico de Bruxelas.
Ursula von der Leyen foi celebrar o Dia da Independência da Ucrânia (24 de agosto), que coincidiu com o dia que marca os seis meses desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, e prometeu apoio para a reconstrução do país.
A invasão desencadeou a maior crise de refugiados no continente desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o a agência da ONU para os refugiados (ACNUR), 6,7 milhões de ucranianos estão a residir na Europa, com a maioria a viver na Polónia, Alemanha e Chequia.
Contudo, meio ano desde que a UE lançou um Esquema de Proteção Temporária, a solidariedade, a cedência de alojamentos e os recursos estão a esgotar-se. Para analisar este tema, a euronews entrevistou Florian Trauner, professor de ciência política na Universidade Livre de Bruxelas.
"O regime de proteção temporária foi realmente uma inovação, algo que a UE nunca tinha utilizado, e é definitivamente um instrumento muito eficaz. É um sucesso em termos de dar um primeiro apoio aos ucranianos quando chegam. Eles não passam pelo incómodo de fazer candidaturas individuais, com papelada. É relativamente desburocratizado e rápido", explicou Florian Trauner.
"Dito isto, ainda existem desafios a resolver. Os refugiados têm acesso ao mercado de trabalho, mas não falam as línguas de certos países. Por isso, é muito difícil integrá-los no mercado de trabalho. Há o problema das suas qualificações. Os Estados-membros não reconhecem automaticamente as qualificações que os ucranianos adquiriram no seu país", acrescentou o académico.
Veja a entrevista na íntegra, em vídeo.