Uma abordagem transfronteiriça para acabar com o plástico nos rios europeus

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De  Aurora Velezeuronews
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Um dos objectivos do projeto é mapear as áreas com mais resíduos, com base num método que pode ser usado em qualquer rio.

Todas as semanas, um grupo de voluntários intervém nas margens do rio Mosa, nos Países Baixos. O objetivo é impedir que o lixo se acumule nas margens do rio, que nasce em França e atravessa os Países Baixos, a Bélgica e a Alemanha.

A iniciativa faz parte de um projeto pioneiro que propõe uma abordagem concertada e transfronteiriça para resolver o problema dos resíduos de plástico nos rios europeus.  Em cerca de quatro anos, o grupo recolheu 260 toneladas de lixo.

“O volume de lixo que eu pessoalmente recolhi é maior que a minha casa. Ao virar da esquina, temos outro monte, como aquele que recolhemos nas últimas semanas. Há muito lixo que nem sequer conseguimos ver, porque não é levado pela corrente, desce e acaba no oceano", explicou Frank Terwindt, coordenora da ação de limpeza.

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Poluição no rio Mosa nos Países Baixoseuronews

Um método que pode ser usado em qualquer rio

Um dos objectivos do projeto é mapear as áreas com mais resíduos, com base num método que pode ser usado em qualquer rio. Duas vezes por ano, uma parte da costa é passada a pente fino para identificar cada tipo de lixo. Até agora, foram encontrados 109 tipos de resíduos, na maioria plástico. Os dados são partilhados entre os três países.

O apoio da política de coesão europeia

O orçamento total do projeto LIVES é de 1,5 milhões de euros. 49% do montante é financiado pela Política de Coesão Europeia. Os restantes 51% provêm dos cerca de dez parceiros do projeto, nomeadamente, organizações de gestão da água e universidades.

Peixes e aves morrem devido à ingestão de plásticos

A remoção dos plásticos dos rios é apenas a ponta do iceberg. Há muito lixo que fica misturado com a terra. Alguns resíduos são minúsculos. É o caso dos pedaços de poliestireno.

"Aqui temos os chamados pellets de plástico. Vêm da indústria, encontramo-los ao longo de todo o percurso. Os peixes pensam que podem comê-los porque se parecem com comida, as aves também, mas não é comida e eles depois morrem à fome”, afirmou Sylvia Spierts, gestora do projeto LIVES.

A promoção dos direitos dos rios

Um das ambições do projeto é promover a criação de um quadro legal a nível europeu para que os rios tenham “uma voz própria". E lembrar que os resíduos plásticos ameaçam os ecossistemas e a saúde.

“Este ano, entregámos uma petição em Haia. Essa petição visa proteger melhor o rio e confere ao rio o estatuto de pessoa coletiva. Se eu pudesse escolher os direitos do rio, diria que o rio tem o direito de estar livre de poluição, de se reproduzir livremente, tanto ao nível da vida subaquática como da vida em terra; e o direito de ter uma voz, de se representar a si próprio”, contou Noi Boesten, líder do projeto Maas Cleanup.

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