Bélgica aperta o cerco aos traficantes de droga

Navio de contentores no porto de Antuérpia
Navio de contentores no porto de Antuérpia Direitos de autor Virginia Mayo/AP
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O porto de Antuérpia é o alvo das autoridades; este porto, o segundo maior da Europa, é visto como a porta de entrada da cocaína no Continente

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O porto de Antuérpia na Bélgica é frequentemente considerado como a porta de entrada da cocaína na Europa.

Sendo o segundo maior porto do Continente, milhões de contentores marítimos passam por aqui todos os anos.

Mas com movimento económico em grande escala, vem também o crime organizado em grande escala.

Nos postos de inspecção alfandegária, centenas de camiões são diariamente analisados por raios X em busca de produtos ilegais, particularmente narcóticos.

Nos últimos anos, a Bélgica tem assistido a um enorme aumento do crime organizado relacionado com a droga, especialmente através deste porto.

"Nos últimos cinco anos, temos vindo a bater recordes aqui em Antuérpia. No ano passado, foram apreendidas 89 toneladas de cocaína aqui em Antuérpia. Foi um ano excecional, mas mesmo assim vemos os números a aumentar", afirma Florence Angelici, Porta-voz do Serviço Federal Belga de Finanças Públicas.

Para cada tonelada de droga apreendida no porto, nove escapam ao controlo aduaneiro.

O governo belga leva esta criminalidade a sério e pretende combatê-la.

"Estamos actualmente a contratar 100 novos agentes aduaneiros e estamos prestes a construir novos dispositivos de digitalização directamente no interior dos terminais. O objectivo é digitalizar 100% dos contentores de risco", afirma a porta-voz das Finanças Públicas da Bélgica.

Este aumento da criminalidade é acompanhado por um aumento considerável da violência dos gangues criminosos.

Ainda no mês passado, o ministro belga da justiça foi vítima de uma tentativa de rapto frustrada ligada ao crime organizado nos Países Baixos.

Há quem fale em "narcoterrorismo". Outros até já chamaram à Bélgica de "narco-estado".

Mas será isto justificado?

"Não há razão para definir a Bélgica como um "narco-estado". Há enormes diferenças relativamente aos verdadeiros "narco-estados", como o México, por exemplo. Na Bélgica e nos Países Baixos, a administração pública está em mãos mais limpas, pelo que há muito poucos casos conhecidos de funcionários públicos que tenham sido corrompidos por criminosos organizados", refere Letizia Paoli, Perita em crime organizado na Universidade KU Leuven.

A perita acrescenta que os recordes de apreensões de cocaína encontrados no ano passado no Porto de Antuérpia quase corresponderam a todo o consumo anual da UE e os preços ainda não aumentaram.

De facto, o custo da cocaína até diminuiu em alguns casos, mostrando que a oferta ainda está a fluir rapidamente através do Continente.

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