Solidariedade testada em cimeira da UE sobre preço da energia

António Costa e alguns dos seus homólogos na cimeira da UE que visa encontrar respostas para a crise energética
António Costa e alguns dos seus homólogos na cimeira da UE que visa encontrar respostas para a crise energética Direitos de autor Olivier Matthys
De  Isabel Marques da Silva
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Países têm soluções preferidas distintas e o facto da Alemanha ter, também, avançado, antes dos outros, com pacote nacional de 200 mil milhões de euros de apoio à economia está a causar tensões.

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Há várias soluções para reduzir o preço de energia, mas a diversidade de fontes usadas pelos Estados-membros é uma das razões para ter uma longa discussão sobre como o fazer.

No primeiro de dois dias de cimeira da União Europeia (UE), em Bruxelas, os líderes dos 27 países olham para a proposta da Comissão Europeia, apresentada na terça-feira.

O presidente francês, Emmanuel Macron, elencou as ideias que lhe parecem mais promissoras: "Mecanismos para fixar um teto máximo para os diferentes preços do gás, mecanismos de dissociação do preço do gás do preço da electricidade, como está a ser aplicado em Espanha e Portugal, e aquisições conjuntas a nível europeu podem ser realmente eficazes".

"Portanto, há um conjunto de medidas que devem ter como objetivo reduzir o preço do gás, dissuadir os especuladores de tirar partido da situação e baixar os nossos preços de eletricidade", concluiu.

Mas uma proposta divide profundamente os 27: fixar um limite para o preço de importação de gás. A Alemanha e os Países Baixos estão absolutamente contra.

A antecipação, ou egoísmo, da Alemanha na ajuda à economia

O facto da Alemanha ter, também, avançado, antes dos outros, com pacote nacional de 200 mil milhões de euros de apoio à economia está a causar tensões com os parceiros.

"Há perigo de que alguns Estados-membros, nomeadamente os que têm um orçamento maior ou maior margem de manobra para pedir dinheiro emprestado, possam apoiar as suas empresas e famílias mais do que outros Estados-membros. E assim começamos a ter aquilo a que geralmente chamamos concorrência desleal no mercado. É algo que danifica o mercado interno e temos de o evitar. Temos dencontrar uma forma de ultrapassar, como se diz, as tendências algo protecionistas", disse Arturs Krišjānis Kariņš, primeiro-ministro da Letónia.

O governo da Alemanha, que dirige a maior economia da UE, afirma que está a agir num espírito de solidariedade europeia.

"Somos o maior apoiante da Europa, pagamos geralmente 26% do orçamento comunitário e estamos a desenvolver muitos mecanismos de solidariedade, como fizemos nas últimas crises", afirmou Olaf Scholz, chanceler alemão.

Outres temas na agenda

A questão energética cria diviusões, mas o apoio à Ucrânia é unânime e serão debatidas formas de ajudar o país. Nos temas de política externa, serão ainda analisadas as relações com a China, Irão e os países do sudeste asiático.

Quanto ao dossiê das alterações climáticas, os líderes vão afinar posições para a próxima cimeira do clima, COP27, no Egito, em novembro.

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