Trabalhadores belgas em greve por causa de faturas energéticas chocantes

Esta é a segunda greve geral na Bélgica desde o verão
Esta é a segunda greve geral na Bélgica desde o verão Direitos de autor AP Photo/Geert Vanden Wijngaert
De  Alice TideyIsabel Marques da Silva
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A inflação na zona euro atingiu um novo recorde de 10,7% em outubro. O aumento dos preços da energia é de 41,9% e dos alimentos de 13,1%.

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A Bélgica foi palco de mais uma greve geral por causa do aumento do custo de vida, perturbando seriamente os transportes e serviços públicos, esta quarta-feira, sobretudo na capital, Bruxelas.

"Manifestamo-nos por causa do poder de compra, dos salários, dos benefícios sociais, de tudo o que está congelado. Estamos a viver uma grande crise, as crises seguem-se umas às outras, mas agora estamos realmente em estado de choque. Penso que homens e mulheres, mesmo aqueles com rendimentos mais elevados, estão chocados com as atuais faturas da energia", disse Eric Buyssens, diretor político do sindicato FGTB, à euronews.

"Ninguém esperava isto e é terrível. Pagamos o dobro ou o triplo, mas até estamos num momento em que a economia recebe apoio. Não sabemos para onde nos leva esta crise, pode haver outra recessão, mas de momento a atividade económica está a aumentar, as empresas estão a recrutar, mas os salários estão congelados", acrescentou.

A inflação na zona euro atingiu um novo recorde de 10,7% em outubro, impulsionada em grande parte por um aumento de 41,9% dos preços da energia e um aumento de 13,1% nos preços dos alimentos, tabaco e álcool.

Os países da União Europeia encontraram as suas próprias soluções para tentar aliviar a pressão sobre os cidadãos e empresas vulneráveis.

A França limitou o aumento do preço da eletricidade, Portugal e Espanha limitaram o preço do gás utilizado para a produção de eletricidade, enquanto que a Alemanha lançou um pacote de ajuda no valor de 200 mil milhões de euros.

Mas há que peça soluções comuns para o problema que poderiam ser implementadas em toda a União Europeia e proporcionar alívio em todos os 27 Estados-membros.

"Esperámos pela resposta europeia durante algum tempo. O nosso governo está a esconder-se atrás das instituições europeias e não acontece nada. Temos visto que alguns países fazem mudanças. A França fê-lo, a Itália fê-lo e contamos com o governo da Bélgica para o fazer também, criando um teto para os preços do gás e da eletricidade", disse  Muriel Di Martinelli, secretária Federal do setor de Bruxelas do sindicato CGSP, à euronews.

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