Líder da Estónia recusa qualquer concessão à Rússia na guerra com Ucrânia

Kaja Kallas diz que a UE não pode alienar países a Leste e deve aprender a lição com o caso Ucrânia
Kaja Kallas diz que a UE não pode alienar países a Leste e deve aprender a lição com o caso Ucrânia Direitos de autor AP
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De  Efi KoutsokostaIsabel Marques da Silva
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"A mensagem que temos de passar em alto e bom som é que a agressão não pode ser recompensada", disse à euronews.

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A Rússia não deve poder ficar com nenhum território que anexou, se e quando houver negociações de paz com a Ucrânia, considera a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas. A líder reagiu duramente à sugestão do presidente francês, Emmanuel Macron, de que o Ocidente deve encontar resposta para as preocupações da Rússia face ao alargamento da NATO.

A segurança foi um dos argumentos do Kremlin para justificar a invasão, mas a chefe de governo estónia critica qualquer mensagem que alimente "os sonhos imperialistas", disse em entrevista à euronews.

"A mensagem que temos de passar em alto e bom som é que a agressão não pode ser recompensada. Se alguém atacar um país soberano, não deverá obter mais territórios ou mais recursos, mas sim ser punido por isso. As regras internacionais ditam que é ilegal atacar outro país", explicou Kaja Kallas.

"Por isso, não se pode oferecer nada à Rússia. Eu não me preocuparia com a Rússia neste momento. Preocupar-me-ia com a sobrevivência da Ucrânia. A Rússia pode sempre voltar para as suas anteriores fronteiras", afirmou a primeira-ministra.

AP Photo/Vadim Ghirda
Kaja Kallas cumprimenta Edi Rama, líder da Albânia, anfitrião da cimeira UE-Balcãs OcidentaisAP Photo/Vadim Ghirda

Lição da Ucrânia deve aplicar-se no apoio aos Balcãs Ocidentais

Tudo o isto mudou a forma como encaramos as coisas e penso que também nos tornou mais unidos, incluindo com os países dos Balcãs Ocidentais, porque trouxe à tona os valores europeus que partilhamos.
Kaja Kallas
Primeira-ministra, Estónia

A líder estónia concedeu a entrevista durante a cimeira de líderes da União Europeia com seis países dos Balcãs Ocidentais, terça-feira, em Tirana, capital da Albânia. Para Kaja Kallas, a União Europeia deve continuar a aproximar-se de parceiros a leste.

"Tudo isto mudou a forma como encaramos as coisas e penso que, também, nos tornou mais unidos, incluindo com os países dos Balcãs Ocidentais, porque trouxe à tona os valores europeus que partilhamos. E esses valores estão em jogo na Ucrânia, país que a Rússia atacou porque a Ucrânia tem aspirações europeias. Por isso, não é do interesse da União Europeia deixar alienar estes países", disse Kallas.

Para a primeira-ministra estónia, o alargamento aos países dos Balcãs Ocidentais deve acontecer num futuro próximo e o apoio à Ucrânia é a prioridade do momento.

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